Brasil pode sair do ranking das 10 maiores economias sob gestão de Lula e Haddad

Economista alerta para riscos econômicos com desvalorização do real e déficit fiscal, colocando o país em uma posição desfavorável.

Por Plox

06/12/2024 09h43 - Atualizado há 5 dias

O Brasil enfrenta o risco de deixar o grupo das 10 maiores economias do mundo em 2024, segundo projeções do economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. A principal razão apontada é a desvalorização do real frente ao dólar, que impacta negativamente o Produto Interno Bruto (PIB) medido em moeda americana.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Projeções e impacto no ranking global

No início de 2024, o Brasil ocupava a 8ª posição no ranking das maiores economias, superando países como Itália e Canadá. Contudo, estimativas mais recentes indicam que o país está em 10º lugar, com a Rússia se aproximando rapidamente. Dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram que o PIB brasileiro deve atingir US$ 2,188 trilhões, apenas ligeiramente acima dos US$ 2,184 trilhões da Rússia.

Agostini alerta que, se o dólar mantiver uma cotação média de R$ 6,00 em 2025, o Brasil poderá cair ainda mais, chegando à 12ª ou 13ª posição, ultrapassado por economias como a da Coreia do Sul.

Crescimento econômico x desvalorização cambial

Embora o PIB tenha apresentado resultados positivos, com crescimento de 1,4% no segundo trimestre e 0,9% no terceiro, a desvalorização do real foi a 7ª maior do mundo em 2024. Esse fator prejudica o desempenho do Brasil em rankings globais, já que o PIB é comparado em dólares.

O FMI projeta para 2024 um crescimento real de 3,04% e nominal de 6,98% para o Brasil. No entanto, a média cambial de R$ 5,33 no ano e o déficit fiscal registrado pesam contra o desempenho econômico.

Dificuldades fiscais e efeitos globais

Segundo Agostini, a perda de posições no ranking global não afeta diretamente a economia doméstica, mas pode prejudicar a percepção de investidores internacionais. “Indicadores como câmbio, inflação e contas fiscais são analisados globalmente, e desequilíbrios fiscais pressionam a taxa de câmbio, reduzindo o PIB em dólares”, explica o economista.

A situação fiscal brasileira também é preocupante. Em março, o déficit primário do governo atingiu R$ 1,5 bilhão, resultado pior que o esperado, agravando as incertezas econômicas.

Cenário internacional e desafios para 2025

Enquanto isso, os Estados Unidos lideram como a maior economia do mundo, com PIB de US$ 29,17 trilhões, seguidos por China (US$ 18,17 trilhões) e Alemanha (US$ 4,71 trilhões). A proximidade da Rússia em ultrapassar o Brasil acende um alerta sobre a necessidade de ajustes fiscais mais rápidos e eficazes para conter a desvalorização cambial.

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