Justiça de Pernambuco nega arquivamento de investigação envolvendo Gusttavo Lima e apostas ilegais
Juíza aponta indícios de lavagem de dinheiro e determina continuidade das apurações sobre o cantor e outros investigados.
Por Plox
06/12/2024 09h16 - Atualizado há 5 dias
A juíza Andréa Calado da Cruz, da Justiça de Pernambuco, rejeitou o pedido de arquivamento da investigação relacionada ao cantor Gusttavo Lima no âmbito da Operação Integration. A decisão, proferida nesta quarta-feira (4), mantém a apuração de suposta lavagem de dinheiro envolvendo jogos ilegais e outras práticas ilícitas.
O arquivamento havia sido solicitado por cinco promotores do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) no último dia 25 de novembro, mas a negativa da magistrada determina que o caso siga para análise do procurador-geral de Justiça, Marcos Carvalho, chefe da Promotoria.
Divergências entre MPPE e magistrada
A Operação Integration tem gerado atritos entre a juíza e os promotores responsáveis. Enquanto o Ministério Público afirma não haver provas contra o cantor e outros investigados, a juíza destaca elementos que justificam o prosseguimento da investigação.
Em seu parecer, o MPPE argumentou pela "inexistência de provas que indiquem que os valores suspeitos decorrem de infrações penais". Além disso, os promotores apontaram que transações documentadas e registradas, como a venda de um avião, não configurariam crimes de lavagem de dinheiro.
Por outro lado, Andréa Calado considerou que as evidências nos autos demonstram movimentações financeiras "suspeitas" e "envolvendo grandes valores". Segundo a magistrada, há indícios que reforçam a necessidade de continuidade das apurações sobre possíveis irregularidades e práticas ilícitas.
Detalhes das investigações
Gusttavo Lima foi indiciado pela Polícia Civil por suspeita de lavagem de dinheiro e associação criminosa. Segundo a investigação, o cantor negociou a venda de um avião com a empresa Esportes da Sorte, que posteriormente devolveu a aeronave alegando defeito na turbina. O mesmo avião foi revendido ao casal José André da Rocha Neto e Aislla Rocha, proprietários da empresa de apostas VaideBet.
A juíza destacou a relação comercial e financeira entre Gusttavo Lima e os donos da VaideBet, além da aquisição de 25% da empresa pelo cantor. "A relação de Nivaldo Batista Lima [nome de registro do cantor] com os investigados, incluindo movimentações financeiras duvidosas, é um indicativo claro de possível envolvimento em práticas ilícitas", afirmou a magistrada.
Ela também reforçou que as transações suspeitas apontam para a continuidade de crimes de lavagem de dinheiro, sendo essencial prosseguir com as investigações.
Defesa nega irregularidades
A defesa de Gusttavo Lima reiterou, em nota, que o pedido de arquivamento ainda não foi avaliado de forma definitiva e que permanece confiante na comprovação da inocência do cantor.
Já os advogados de José e Aislla Rocha criticaram a decisão judicial, afirmando que ela vai contra o entendimento dos promotores e que não há qualquer evidência de crime contra os dois investigados.