Governo Lula corta verba para desastres climáticos em 2025

Decisão ocorre em meio a tragédias ambientais de 2024 e COP30 no Brasil

Por Plox

07/01/2025 12h49 - Atualizado há 3 meses

O governo federal anunciou uma redução significativa no orçamento destinado à gestão de riscos e desastres climáticos para 2025, mesmo após um ano marcado por graves tragédias ambientais. Em 2024, enchentes no Rio Grande do Sul, queimadas devastadoras no Pantanal e a seca severa na Amazônia destacaram a urgência de medidas preventivas e emergenciais. Ainda assim, os recursos previstos para o próximo ano sofrerão um corte de R$ 200 milhões em relação ao orçamento anterior.

Estragos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul Foto: Lauro Alves/Governo do Rio Grande do Sul

Orçamento reduzido para 2025
A previsão para 2025 é de R$ 1,7 bilhão, uma redução em comparação aos R$ 1,9 bilhões destinados em 2024. Apesar disso, os valores finais dependem da aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA), cuja votação está prevista para fevereiro, após o recesso parlamentar.

Além disso, as emendas parlamentares destinadas à área sofreram um corte ainda mais expressivo, passando de R$ 69,9 milhões em 2024 para apenas R$ 39,1 milhões, segundo dados do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc). Para a assessora política do instituto, Sheilla Dourado, a redução reflete uma clara falta de prioridade do governo e do legislativo. “O que esses dados evidenciam é algo que já sabemos, que é a falta de prioridade do poder público para fazer o enfrentamento das mudanças do clima”, declarou à Folha de S.Paulo.

COP30 e o cenário de cortes
O anúncio da redução ocorre no mesmo ano em que o Brasil sediará a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), programada para novembro em Belém, no Pará. O evento atrairá líderes globais e acenderá os holofotes para a política ambiental do país, evidenciando a contradição entre a diminuição do orçamento e o protagonismo esperado no combate às mudanças climáticas.

Impacto das tragédias e os custos emergenciais
A diminuição do orçamento preventivo pode agravar o custo total da resposta a desastres, um problema já observado em 2024. No ano passado, o governo precisou autorizar R$ 6,9 bilhões em créditos extraordinários para lidar com as consequências das tragédias ambientais, um valor recorde. A falta de investimento em medidas preventivas pode repetir esse padrão, sobrecarregando ainda mais as contas públicas.

Contexto climático e governamental

Enquanto os ministérios relacionados a desastres climáticos reafirmam o compromisso com ações na área, a redução orçamentária gera questionamentos sobre a capacidade do governo em enfrentar eventos extremos, cuja frequência e intensidade têm aumentado devido às mudanças climáticas.

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