PF encontra áudios que sugerem desvio de emendas ligadas a líder do governo Lula

Mensagens interceptadas indicam esquema de corrupção envolvendo verba destinada à saúde em Choró, no Ceará

Por Plox

07/01/2025 07h40 - Atualizado há 4 meses

Áudios obtidos pela Polícia Federal (PF) sugerem a existência de um esquema de desvio de emendas parlamentares destinadas à saúde no município de Choró, no sertão do Ceará. O caso envolve conversas entre o prefeito eleito Bebeto Queiroz (PSB), impedido de tomar posse no último dia 1º e atualmente foragido, e empresários. As mensagens, encontradas no celular de Bebeto, foram divulgadas pela revista Piauí e apontam para a participação de José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara dos Deputados.

Foto: Gabriel Paiva/PT na Câmara

Áudios obtidos pela Polícia Federal (PF) sugerem a existência de um esquema de desvio de emendas parlamentares destinadas à saúde no município de Choró, no sertão do Ceará. O caso envolve conversas entre o prefeito eleito Bebeto Queiroz (PSB), impedido de tomar posse no último dia 1º e atualmente foragido, e empresários. As mensagens, encontradas no celular de Bebeto, foram divulgadas pela revista Piauí e apontam para a participação de José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara dos Deputados.

Conversas revelam detalhes de suposto esquema

Em mensagens de áudio, o empresário Carlos Douglas Almeida Leandro, preso em dezembro por outro esquema de fraude, menciona uma emenda supostamente intermediada por Ilomar Vasconcelos (PSB), vice-prefeito de Canindé, para “pro caixa”. A expressão é interpretada como referência a caixa dois. Nas conversas, Bebeto demonstrou interesse em destinar os recursos principalmente para a saúde. Em outra mensagem, o prefeito foragido fala com Adriano Almeida Bezerra, assessor do deputado federal Júnior Mano (PSB-CE), sobre o percentual que planejava desviar: 12% de R$ 1,5 milhão, valor aprovado pela Comissão de Saúde da Câmara para o Fundo Municipal de Saúde de Choró.

Segundo a PF, a relação entre Bebeto e Júnior Mano combinava subordinação e articulação financeira. O deputado, que já foi expulso do PL por apoiar o PT em Fortaleza, teria papel central no esquema. A verba repassada integralmente ao município, de acordo com as investigações, seria parcialmente desviada. Em resposta à Piauí, José Guimarães afirmou não conhecer o assessor de Júnior Mano, enquanto os demais envolvidos não foram localizados para comentar.

Bloqueio de emendas aumenta tensão política

O caso ocorre em um momento delicado para o governo federal. O ministro Flávio Dino, do STF, bloqueou R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão devido à falta de transparência, mas liberou parte dos recursos para atender ao mínimo constitucional com saúde, após alerta da AGU. Parlamentares, incluindo aliados do governo, relacionam o impasse ao Executivo, o que tem dificultado a tramitação de projetos no Congresso.

O presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, Joaquim Passarinho (PL-PA), insinuou uma conexão entre as decisões de Dino e o governo Lula, ressaltando o impacto do bloqueio nas votações da Câmara.

O desdobramento das investigações promete agitar ainda mais o cenário político, com denúncias envolvendo nomes de peso e o agravamento das tensões entre os Poderes.

Conversas revelam detalhes de suposto esquema

Em mensagens de áudio, o empresário Carlos Douglas Almeida Leandro, preso em dezembro por outro esquema de fraude, menciona uma emenda supostamente intermediada por Ilomar Vasconcelos (PSB), vice-prefeito de Canindé, para “pro caixa”. A expressão é interpretada como referência a caixa dois. Nas conversas, Bebeto demonstrou interesse em destinar os recursos principalmente para a saúde. Em outra mensagem, o prefeito foragido fala com Adriano Almeida Bezerra, assessor do deputado federal Júnior Mano (PSB-CE), sobre o percentual que planejava desviar: 12% de R$ 1,5 milhão, valor aprovado pela Comissão de Saúde da Câmara para o Fundo Municipal de Saúde de Choró.

Segundo a PF, a relação entre Bebeto e Júnior Mano combinava subordinação e articulação financeira. O deputado, que já foi expulso do PL por apoiar o PT em Fortaleza, teria papel central no esquema. A verba repassada integralmente ao município, de acordo com as investigações, seria parcialmente desviada. Em resposta à Piauí, José Guimarães afirmou não conhecer o assessor de Júnior Mano, enquanto os demais envolvidos não foram localizados para comentar.

Bloqueio de emendas aumenta tensão política

O caso ocorre em um momento delicado para o governo federal. O ministro Flávio Dino, do STF, bloqueou R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão devido à falta de transparência, mas liberou parte dos recursos para atender ao mínimo constitucional com saúde, após alerta da AGU. Parlamentares, incluindo aliados do governo, relacionam o impasse ao Executivo, o que tem dificultado a tramitação de projetos no Congresso.

O presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, Joaquim Passarinho (PL-PA), insinuou uma conexão entre as decisões de Dino e o governo Lula, ressaltando o impacto do bloqueio nas votações da Câmara.

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