Zuckerberg altera moderação da Meta e aumenta riscos aos usuários, alerta Idec
Especialistas destacam aumento de fraudes, desinformação e abusos em plataformas como Instagram e WhatsApp.
Por Plox
07/01/2025 20h26 - Atualizado há 3 meses
O Instituto de Defesa dos Consumidores (Idec) manifestou preocupação nesta terça-feira (7) sobre as mudanças implementadas pela Meta, empresa responsável por plataformas como Instagram, Facebook, Threads e WhatsApp. As alterações, anunciadas pelo CEO Mark Zuckerberg, incluem o encerramento do programa de checagem de fatos, o que, segundo o Idec, pode ampliar os riscos de fraudes, disseminação de informações falsas e discursos nocivos.

Fim da checagem de fatos
A Meta informou que está substituindo seu tradicional programa de verificação de fatos por um sistema de "notas comunitárias", associado a uma redução nos filtros de moderação de conteúdo. Essa mudança, segundo especialistas, abre espaço para uma maior circulação de desinformação e discursos de ódio nas plataformas gerenciadas pela empresa.
O Idec considera essa alteração perigosa, principalmente em períodos eleitorais. A associação alertou que o enfraquecimento das regras de moderação coloca em risco a segurança dos usuários, especialmente grupos mais vulneráveis, como idosos, crianças, adolescentes e pessoas negras.
Críticas de Zuckerberg ao Judiciário latino-americano
Em um vídeo publicado no Instagram, Zuckerberg criticou decisões de tribunais latino-americanos, referindo-se a "tribunais secretos" que, segundo ele, têm poder de ordenar a remoção silenciosa de conteúdos. Apesar de não citar diretamente o Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, o comentário gerou reações devido à crescente tensão entre grandes corporações de tecnologia e governos na região.
Zuckerberg afirmou que o governo americano deveria intervir para combater tais práticas judiciais. “Países da América Latina têm tribunais secretos que podem ordenar que empresas removam conteúdos de forma silenciosa”, declarou o CEO.
Impactos para os consumidores
Para o Idec, as mudanças propostas pela Meta representam uma afronta a iniciativas regulatórias que buscam proteger os usuários. A associação considera que as alterações atendem exclusivamente a interesses corporativos, ignorando a segurança dos consumidores.
"A substituição de verificadores de fatos por 'notas comunitárias' e a redução de filtros de moderação podem aumentar a circulação de desinformação, discurso de ódio e conteúdos nocivos nas plataformas", alertou o instituto.
Além disso, o Idec enfatizou que a concentração de poder nas mãos de corporações como a Meta reforça a necessidade de regulação mais robusta para responsabilizar as plataformas pelos impactos negativos de suas políticas.
Necessidade de regulação
O Idec concluiu destacando que as mudanças evidenciam um problema estrutural no controle exercido pelas grandes empresas de tecnologia sobre o espaço digital. “Tal mudança abusiva reforça a necessidade de uma regulação mais robusta que responsabilize as plataformas pelos danos causados por seus modelos de negócio e priorize a proteção dos consumidores no ambiente digital.”