Governo brasileiro lança iniciativa ambiciosa para eliminar doenças em populações vulneráveis
O programa Brasil Saudável visa erradicar 14 doenças com alta incidência em comunidades de maior risco social, integrando ações de diversos ministérios
Por Plox
07/02/2024 16h57 - Atualizado há mais de 1 ano
O governo federal do Brasil, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou o lançamento do programa Brasil Saudável. Publicado no Diário Oficial da União nesta quarta-feira, o decreto estabelece um plano para eliminar ou reduzir significativamente o impacto de 14 doenças que afetam desproporcionalmente as populações em situação de vulnerabilidade social. De 2017 a 2021, estas enfermidades foram responsáveis por mais de 59 mil óbitos no país.

Estratégias e Objetivos
O programa busca erradicar doenças como malária, doença de Chagas, tracoma, filariose linfática, esquistossomose, oncocercose, geo-helmintíase, além de combater infecções de transmissão vertical, incluindo sífilis, hepatite B, HIV e HTLV. Também visa a redução da transmissão de tuberculose, hanseníase, hepatites virais e do HIV/aids. Para tal, envolverá esforços conjuntos de 14 ministérios, abrangendo desde o enfrentamento da fome e da pobreza até a ampliação de direitos humanos e infraestrutura de saneamento básico.
Foco nos Municípios Prioritários
Identificando 175 municípios com altas cargas destas enfermidades, o Brasil Saudável almeja diminuir a incidência de adoecimento e melhorar o acesso e a eficácia dos tratamentos para as populações atingidas, com ênfase em territórios prioritários. Esta abordagem integrada e multissetorial é vista como crucial para o sucesso do programa.
Visões de Lideranças e Especialistas
Durante a cerimônia de lançamento, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a importância de abordar as doenças não como consequências diretas da pobreza, mas como manifestações de desigualdades sociais e étnico-culturais. Esta visão é compartilhada por especialistas e lideranças globais, como o diretor-geral da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, e o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus. Ambos reconheceram o programa como um passo significativo na luta global contra doenças, enfatizando o papel vital dos movimentos sociais e da cooperação interministerial na promoção da saúde pública.