Minas Gerais deve aderir ao Propag, mas governo aguardará prazo final, afirma Mateus Simões
Vice-governador diz que entrada antecipada poderia agravar situação financeira do Estado
Por Plox
07/02/2025 09h57 - Atualizado há cerca de 1 mês
O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, afirmou que o Estado está pronto para aderir ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), independentemente da revisão dos vetos feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, o governo estadual deve esperar até o limite do prazo para efetivar a adesão, que se encerra em 31 de dezembro deste ano.
A declaração foi dada durante entrevista ao Café com Política nesta sexta-feira (7). Segundo Simões, embora a adesão seja inevitável, antecipá-la poderia piorar a situação financeira de Minas Gerais, especialmente devido às restrições orçamentárias impostas pelo texto sancionado por Lula.

Impacto financeiro e preocupação com o futuro
Simões destacou que as restrições do Propag afetam os próximos três anos, atingindo não apenas a gestão do governador Romeu Zema, mas também a administração que assumirá em 2027.
"São restrições que prejudicam os próximos três anos, e o governador Romeu Zema não tem três anos de gestão. A próxima gestão também vai ser atingida. Até brincava que se os meus adversários pretendessem concorrer comigo à eleição no ano que vem, eles deveriam estar tão preocupados quanto eu e garantir que, em 2027, haja dinheiro para investimento.”
Encontro com governadores e articulação política
Nesta sexta-feira, Romeu Zema se reúne com os governadores Cláudio Castro (PL - Rio de Janeiro) e Eduardo Leite (PSDB - Rio Grande do Sul), além de representantes dos governos de São Paulo e Goiás. O objetivo do encontro é discutir os vetos e definir encaminhamentos relacionados ao Propag.
De acordo com Simões, os governadores pretendem apresentar duas solicitações aos novos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), e do Senado, Davi Alcolumbre (União). A primeira é garantir uma tramitação rápida do projeto antes da regulamentação. A segunda é assegurar que os parlamentares não se sintam pressionados de forma negativa a derrubar os vetos.
"Afinal de contas, o texto que nós estamos defendendo é o texto do Congresso. O texto dos governadores não é um texto contra o que os deputados e os senadores votaram, pelo contrário, o presidente Lula é quem vetou um texto que foi feito pelo Congresso. Então, estamos pedindo aos presidentes que eles reconheçam que, por unanimidade, esses textos foram aprovados."
Apoio no Congresso e desafios na tramitação
Questionado sobre possíveis dificuldades na articulação para derrubar os vetos, Simões afirmou que a relação do governador Zema com os deputados mudou desde o início do primeiro mandato. Ele citou como exemplo o deputado estadual Tadeu Leite (MDB), o Tadeuzinho, um dos articuladores do Propag, que recentemente declarou apoio ao governo para derrubar os vetos.
Simões também demonstrou confiança na aprovação de projetos necessários para a adesão ao programa, ressaltando que a oposição petista em Minas não deve se opor ao Propag, já que ele é uma iniciativa do governo federal.
"Eu estou muito tranquilo não só do apoio dos deputados para derrubar os vetos, mas, inclusive, sobre a tramitação do que vem depois. Nós vamos ter que aprovar mais de 10 projetos de lei em Minas Gerais para aderir. Agora, como a ideia veio do governo federal, eu não imagino que a nossa oposição em Minas Gerais vai ser contra o projeto de adesão ao Propag. Afinal de contas, é o mesmo PT, o daqui e o de lá. Então, eu imagino que até por uma questão de coerência, e não tenho visto os deputados dizendo coisa diferente, acho que vamos ter um ambiente de tranquilidade com alguns pontos de tensão, que são normais."