Sem abrigo adequado, filhote de onça criado como pet no Amazonas volta para família

Um filhote de onça-pintada de oito meses, mantido como animal de estimação em Santo Antônio do Içá (AM), foi devolvido à família que o criava devido à falta de um local adequado para sua permanência. A decisão foi tomada na última quinta-feira (6), apenas dois dias depois de o animal ser entregue voluntariamente à polícia.

Onça criada como pet gera preocupação

Golias, como foi batizado, foi encontrado ainda filhote por um morador da região, que passou a criá-lo em casa. O animal pesa cerca de 35 quilos, possui envergadura de 1,58 metro e ainda está na fase de amamentação. Especialistas alertam que, apesar da aparência dócil, a convivência prolongada com humanos pode representar riscos à segurança quando ele atingir a idade adulta.

Marcos Penha, coordenador da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMAT), destacou a necessidade da entrega do animal. “Ele representaria um perigo para outras pessoas quando estivesse maior por ser um predador nato”, afirmou.

Devolução por falta de abrigo

Após ser entregue pela família, a onça passou por uma avaliação veterinária na SEMAT. No entanto, devido à inexistência de um abrigo apropriado na cidade, a prefeitura optou por devolver o animal temporariamente para a casa onde era criado.

Em nota à Itatiaia, a Prefeitura de Santo Antônio do Içá justificou a decisão: “Como no município não há local apropriado para acolher o animal, a onça filhote ‘Golias’ teve que ser levada novamente para casa onde estava sendo criada, aguardando que o IBAMA ou outro órgão responsável providencie sua remoção do município”.

Reintrodução à natureza será avaliada

A expectativa agora é que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) assuma o caso e providencie a remoção de Golias para um local apropriado. Antes de ser reintroduzido à natureza, o filhote precisará passar por um processo de readaptação, já que passou grande parte da vida em contato com humanos.

Casos semelhantes já foram registrados no Brasil, demonstrando a necessidade de uma estrutura adequada para acolher animais silvestres resgatados. Enquanto isso, Golias segue sob os cuidados da família que o criou, aguardando um destino mais seguro.