A Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) anunciou nesta quinta-feira (6) que o preço do café deve sofrer um aumento significativo de 20% a 25% nos próximos meses. O encarecimento é atribuído à projeção de uma safra mais volumosa apenas em 2026, o que afeta a dinâmica da oferta no curto prazo. Segundo a entidade, a redução dos preços só deve ocorrer a partir de setembro, quando a disponibilidade do produto no mercado aumentar.

Aumento expressivo em 2024

No ano passado, diferentes categorias de café registraram reajustes consideráveis. Os cafés tradicionais e extrafortes tiveram a maior alta, com 39,36%. Já os cafés superiores subiram 34,38%, enquanto os gourmets aumentaram 16,17% e os especiais, 9,8%. As cápsulas de café foram as menos impactadas, com um acréscimo de 2,07% nos preços.

Impacto da matéria-prima e inflação no setor

Nos últimos quatro anos, o custo da matéria-prima subiu 224%, o que impactou diretamente o valor do café no varejo, que acumulou alta de 110% no mesmo período. Em 2024, o café torrado e moído teve um aumento expressivo de 37,4%, superando a inflação da cesta básica, que foi de apenas 2,7%.

Faturamento do setor cresce com alta dos preços

A elevação dos preços impulsionou o faturamento da indústria do café, que atingiu R$ 36,82 bilhões em 2024. Esse montante representa um crescimento de 60,85% em relação a 2023, sendo o principal motor desse avanço o encarecimento do produto nas prateleiras.