Bolsonaro conversa com presidente da Rússia sobre compra da vacina Sputinik V
A Anvisa está se reunindo com governadores interessados em importar a vacina da Rússia e tratar justamente sobre a Sputnik V
Por Plox
06/04/2021 21h44 - Atualizado há quase 4 anos
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ligou na tarde de hoje (6) para o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Eles falaram sobre a aquisição e fabricação da vacina no Brasil, o comércio entre os dois países e outros assuntos.
Bolsonaro estava acompanhado do novo ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga e do diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres.
Bolsonaro chegou a dizer que o Brasil pode fabricar a Sputnik V.
Após o encontro, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Barra Torres falou com os jornalistas credenciados no Planalto.
Ele disse que a presença da Anvisa no Palácio hoje seria para assessorar com informações o governo nesta interlocução com os russos, o governo quer uma negociação direta com a Rússia, sem intermediários.
A Anvisa pretende mandar uma missão à Rússia para que possa realizar uma inspeção. Nesta quarta-feira (07), haverá uma reunião para definir a data desta viagem com os representantes da Anvisa. A missão terá como objetivo esclarecer alguns pontos, como a importação excepcional.
Na próxima sexta-feira (09), o embaixador da Rússia no Brasil, Sergey Akopov, estará com a Anvisa.
Segundo ele, a farmacêutica União Química também está em tratativa com os desenvolvedores da Sputnik V na Rússia. A Anvisa já teria aprovado um processo de análise de boas práticas dos laboratórios da farmacêutica no Brasil.
Essa vacina é importante para que o Brasil continue com o programa de imunização. Mas ela ainda está em análise, para autorização de uso emergencial.
A Anvisa está se reunindo com governadores interessados em importar a vacina da Rússia e tratar justamente sobre a Sputnik V.
Hoje, no Brasil, tem autorização para quatro vacinas, mas somente duas estão disponíveis no país.
Esse encontro e a ligação ao presidente Russo não constavam na agenda oficial do presidente da República para hoje.
Ainda sobre a vacinação, hoje no Brasil existem diversos grupos, sindicatos, associações e empresas que estão se articulando para conseguirem comprar as vacinas contra a covid-19.
A Justiça autorizou um sindicato do interior de São Paulo a comprar as vacinas. A entidade quer imunizar 80 mil pessoas, que seriam associados e seus familiares.
O desembargador afirmou que essa decisão não é uma quebra no plano de imunização, pois, segundo ele, essa possibilidade pode ainda agilizar esse cronograma.
As regras são de que os imunizantes devem ser aprovados pela Anvisa. O sindicato deve prestar contas à União e a Anvisa, além de se responsabilizar por efeitos colaterais das pessoas que forem imunizadas.
A Câmara de Deputados também discute sobre essa compra de vacinas. Um texto que facilita as regras para a vacinação no setor privado foi colocado no plenário em discussão nesta terça-feira (06).
O presidente da Câmara, Arthur Lira, defende uma alteração no texto que obriga as empresas a doarem metade das vacinas que comprarem para o SUS. Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, autor do Projeto de Lei, defende que o texto não seja alterado e seja mantido, para que assim, na visão dele, não falte vacinas para grupos de risco. As empresas poderão deduzir do Imposto de Renda todos os gastos feitos com a compra de vacinas.
Hoje nenhum país permitiu ainda essa compra de vacinas pela rede privada, levando em consideração a escassez das vacinas e a prioridade para os grupos de risco.