Petróleo atinge menor valor desde 2021 com alta da produção e guerra comercial

Com tarifas dos EUA sobre Europa e China, somadas ao aumento da oferta pela Opep+, preços do Brent e do WTI caem drasticamente

Por Plox

07/04/2025 10h44 - Atualizado há 16 dias

Os preços do petróleo voltaram a cair nesta segunda-feira (7), alcançando níveis não registrados desde os tempos mais críticos da pandemia de Covid-19, em 2021. A desvalorização ocorre em meio a crescentes preocupações com o ritmo da economia global e a intensificação das tensões comerciais internacionais.


Imagem Foto:Agência Petrobrás 


Segundo analistas do banco DNB, o mercado está sendo pressionado por uma combinação de fatores: o aumento de tarifas que prejudica as previsões de demanda e a aceleração no ritmo de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+). Essas forças conjuntas vêm impactando diretamente a cotação do petróleo no mercado internacional.


Por volta das 07h35 (horário de Brasília), o barril do Brent, com entrega prevista para junho, registrava queda de 2,70%, cotado a US$ 63,81 (R$ 368,63), após ter atingido uma mínima de US$ 62,23 (R$ 359,50), valor mais baixo desde abril de 2021. Já o barril do West Texas Intermediate (WTI), referência nos Estados Unidos para entrega em maio, recuava 2,84%, sendo negociado a US$ 60,23 (R$ 347,95), após cair para US$ 58,95 (R$ 340,56), também o menor patamar em quatro anos.



Outro ponto de tensão que afetou diretamente o mercado foi a postura do presidente norte-americano, Donald Trump, que manteve no domingo sua ofensiva alfandegária iniciada na última quarta-feira. As novas medidas preveem uma tarifa mínima adicional de 10%, com aumentos específicos para a União Europeia (20%) e para a China (34%), maior importadora de petróleo do mundo.


Analistas da DNB, citando a consultoria Energy Aspects, alertam que, em um cenário de guerra comercial, cada redução de 0,1 ponto percentual no Produto Interno Bruto (PIB) global pode significar uma diminuição de 0,1 milhão de barris por dia na demanda global de petróleo.



Somando-se a esse cenário de incerteza, a Opep+ anunciou na quinta-feira (3) um aumento significativo em sua produção: serão reintroduzidos 411.000 barris por dia em maio, número quase três vezes maior do que os 135.000 barris inicialmente previstos pelo cartel para o mesmo período.


Com esses elementos combinados, o mercado do petróleo segue enfrentando forte instabilidade, enquanto investidores e governos acompanham com atenção os próximos desdobramentos da economia global e da política comercial entre as grandes potências.



(Com informações da AFP)


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