Zema anuncia pagamento de dívida bilionária em meio a visita de Lula a Minas

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciou nesta segunda-feira (7/4) o pagamento de mais uma parcela da dívida do estado com a União, em um valor de R$ 396,65 milhões. O débito total é superior a R$ 170 bilhões e se estende por quase três décadas.

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A confirmação do pagamento ocorreu no mesmo dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve em Montes Claros, no Norte de Minas, acompanhado do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e de outras autoridades, para o anúncio de investimentos da farmacêutica Novo Nordisk. Zema não compareceu ao evento e foi representado por um membro do segundo escalão do governo mineiro.

Desde o início de sua gestão, em 2019, Zema afirma já ter quitado mais de R$ 9,5 bilhões da dívida estadual. Em suas palavras, “já tá na conta da União: R$ 396,65 milhões de mais uma parcela da dívida de quase 30 anos que nós mineiros temos que pagar”. Ele completou dizendo que sua gestão preza por compromisso e responsabilidade fiscal.

No domingo anterior (6/4), Zema participou de um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante o evento, que reuniu cerca de 55 mil pessoas segundo o Datafolha, o governador mineiro foi fotografado com diversas lideranças de direita, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União-GO), Ratinho Júnior (PSD-PR), Wilson Lima (União-AM), Jorginho Mello (PL-SC) e Mauro Mendes (União-MT). Apesar de marcar presença, Zema não discursou no ato.

Recentemente, o governador tem elevado o tom de suas críticas ao governo federal, abordando em suas redes sociais temas como o custo de vida, a criminalidade e o julgamento dos réus envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Ele também tem questionado decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).

Apesar do embate político, o governo Lula já destinou R$ 1,07 bilhão para cobrir dívidas de Minas com instituições financeiras nos dois primeiros meses de 2025. Em janeiro, o repasse foi de R$ 218 milhões, seguido de R$ 850 milhões em fevereiro, segundo relatório do Tesouro Nacional. Esses valores representam 57% de todo o montante quitado pela União para entes federativos no período.

As garantias honradas envolvem recursos de empréstimos contraídos com entidades como o BNDES e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e são acionadas pela União para cobrir inadimplência dos estados.

A ausência de Zema na visita de Lula a Minas e sua presença ao lado de Bolsonaro no ato político em São Paulo evidenciam o distanciamento entre o governo mineiro e o Palácio do Planalto.