De carro do ovo ao 'carro do atestado': anúncio bizarro em BH vira caso de polícia
Polícia Civil de Minas investiga circulação de veículo oferecendo atestados no bairro Vitória, em Belo Horizonte
Por Plox
07/05/2025 14h53 - Atualizado há 2 dias
Um carro equipado com alto-falantes circulando pelas ruas do bairro Vitória, em Belo Horizonte, chamou a atenção da Polícia Civil de Minas Gerais. O veículo anunciava a suposta venda de atestados médicos, o que motivou a abertura de uma investigação para apurar o caso.

A Polícia informou nesta quarta-feira (7) que o inquérito está em andamento para identificar os envolvidos e entender a origem do material divulgado. A corporação garantiu que os fatos estão sendo apurados com o devido rigor e novas informações serão compartilhadas conforme a apuração avançar.
O empresário Felipe Rodrigo, de 37 anos, foi o responsável por gravar as imagens. Ele contou que estava com a esposa em uma farmácia da avenida Magenta, quando ouviu o anúncio vindo da rua. “Na hora, comentei com ela e ela achou que eu estava brincando. Depois ouvi de novo: ‘carro do atestado passando na sua rua’”, relatou.
Sem anotar a placa do veículo, Felipe disse que gravou o momento e compartilhou o conteúdo nos stories, marcando um amigo. Segundo ele, o anúncio oferecia os atestados por R$ 50. “Sempre vi carro do ovo, do abacaxi... Agora, do atestado foi novidade”, disse ele, surpreso.
O advogado criminalista Luan Veloso explicou que a comercialização de documentos falsos é crime. Se o atestado for emitido por instituição pública, o caso se enquadra no artigo 297 do Código Penal, com pena de reclusão entre 2 e 6 anos, além de multa. No caso de instituições privadas, aplica-se o artigo 298, com pena de 1 a 5 anos e multa.
Já o uso de um atestado falso também configura crime, conforme o artigo 304 do mesmo código, com pena equivalente à da falsificação. Caso fique provado que o conteúdo do carro era uma farsa ou uma brincadeira sem existência real dos documentos, o autor pode ser responsabilizado por incitação à prática de crime, com pena de três a seis meses de detenção ou multa, conforme o artigo 286.
Outros vídeos semelhantes circulam nas redes sociais, como no TikTok, onde algumas publicações são tratadas como memes. No entanto, o caso em Belo Horizonte é tratado com seriedade pela Polícia Civil e segue sob investigação.
As autoridades buscam entender se houve intenção criminosa por parte dos envolvidos ou se tudo não passou de uma ação irresponsável, com possível repercussão penal.