Dólar dispara após anúncio de negociações entre EUA e China
Moeda americana reverte queda e sobe para R$ 5,73 com reações do mercado ao encontro entre autoridades dos dois países
Por Plox
07/05/2025 10h37 - Atualizado há 1 dia
O dólar iniciou a manhã desta quarta-feira (7) em leve baixa de 0,08%, sendo negociado a R$ 5,70, o que sugeria estabilidade da moeda frente ao real. No entanto, ainda nas primeiras horas do pregão, por volta das 9h50, o cenário mudou drasticamente. A moeda americana passou a registrar uma alta de 0,45%, alcançando R$ 5,73.

No acumulado da semana, o dólar já soma uma valorização de 1%, com um avanço de 0,58% no mês de maio. Apesar das recentes altas, no ano a moeda apresenta queda de 7,6%. Na véspera, o fechamento foi positivo, com o dólar cotado a R$ 5,71, após alta de 0,37%.
A mudança de humor do mercado teve como pano de fundo a notícia sobre o início das conversas entre Estados Unidos e China, que devem ocorrer nesta semana em Genebra, na Suíça. O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, vão se encontrar com o vice-premiê chinês, He Lifeng, naquela que será a primeira negociação formal desde que o presidente Donald Trump anunciou, em abril, novas tarifas sobre produtos chineses.
As medidas de Trump impuseram tarifas de até 145% sobre importações da China. Em resposta, Pequim aplicou taxas retaliatórias de até 125%, acirrando as tensões comerciais entre as duas potências.
Enquanto isso, no Brasil, o Ibovespa futuro abriu em alta de 0,22%, alcançando 135.970 pontos. O desempenho também foi positivo nos mercados americanos, com os futuros do S&P 500, Dow Jones e Nasdaq subindo 0,60%, 0,69% e 0,55%, respectivamente.
No continente asiático, os principais índices fecharam majoritariamente em alta. O índice Xangai Composto avançou 0,80%, o Kospi de Seul cresceu 0,55% e o Hang Seng de Hong Kong teve leve alta de 0,13%. A exceção foi o Nikkei 225 de Tóquio, que recuou 0,14%.
O otimismo na Ásia foi impulsionado pela decisão do Banco do Povo da China de cortar taxas de juros e ampliar a liquidez do sistema financeiro para estimular a economia. O anúncio foi feito pelo presidente da instituição, Pan Gongsheng.
Outro fator de atenção para os investidores é a chamada “superquarta”, dia em que os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos devem anunciar suas decisões sobre as taxas de juros. A expectativa é de que o Federal Reserve mantenha os juros entre 4,25% e 4,50%, enquanto no Brasil, o mercado projeta um aumento de 0,5 ponto percentual na Selic, que passaria de 14,25% para 14,75% ao ano, o maior nível desde julho de 2006.
A primeira rodada de negociações entre EUA e China, após as tarifas de Trump, promete agitar os mercados internacionais nesta semana
.