Dossiê liga assessores de Bolsonaro a fraudes no INSS

Documentos reunidos por governistas apontam envolvimento de nomes ligados à gestão anterior em esquema de descontos indevidos em benefícios previdenciários

Por Plox

07/05/2025 23h05 - Atualizado há cerca de 17 horas

Líderes governistas estão reunindo um conjunto de documentos que busca estabelecer uma conexão direta entre a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro e um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).


Imagem Foto: Agência Brasil


O material, que está sendo preparado para reforçar a atuação da base aliada durante a futura CPMI do INSS, traz evidências que apontam para a atuação de assessores da antiga Secretaria de Previdência Social na criação de associações hoje investigadas pela Polícia Federal.


Essa articulação ocorre justamente no momento em que a oposição decidiu adiar para a próxima semana o protocolo de instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. Enquanto isso, integrantes do governo Lula avançam na coleta de provas que indicam irregularidades praticadas entre 2021 e 2022.



Segundo os documentos obtidos, durante esse período, diversas associações deixaram de validar os descontos realizados no sistema previdenciário, o que teria contribuído para a manutenção e expansão das fraudes. A checagem desses dados, de acordo com o material, só foi retomada em 2023.


No centro do esquema, segundo o dossiê, está o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS”. Ele aparece em um organograma que o liga diretamente a ex-assessores da Secretaria de Previdência Social durante o governo Bolsonaro.



As investigações da Polícia Federal também apontam para um possível pagamento de propina. Cadernos com anotações manuais, apreendidos em uma empresa ligada a Antonio, sugerem repasses ilícitos a membros da antiga cúpula do instituto. Os agentes acreditam que os registros representam uma espécie de planilha de pagamentos ilegais e que várias das entidades criadas no período sejam, na prática, organizações fantasmas.


O dossiê também destaca o crescimento acelerado de entidades como a Ambec — Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos. Segundo os investigadores, apesar de terem começado pequenas, essas organizações ganharam proporções significativas em pouco tempo. A Ambec, por sua vez, nega qualquer envolvimento em atividades irregulares.


\"A documentação reforça a ideia de que o atual governo herdou um esquema de fraudes estruturado na gestão anterior\", relatam fontes ligadas à articulação do dossiê

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A expectativa é de que o conteúdo do documento seja utilizado como peça-chave nas discussões e apurações da CPMI, reforçando a tese de continuidade de práticas ilícitas desde o governo passado.


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