Fiemg alerta para impactos da alta da Selic sobre economia e empregos
Federação afirma que novo aumento da taxa básica de juros vai dificultar investimentos e pressionar ainda mais os custos de produção no país
Por Plox
07/05/2025 21h25 - Atualizado há 1 dia
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, anunciada nesta quarta-feira (7), de elevar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, elevando-a para 14,75% ao ano, provocou reação imediata da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

Em nota oficial, a entidade afirmou que o novo aumento na taxa básica de juros, agora no maior nível desde 2006, trará consequências severas para o ambiente de negócios no país. Segundo a Fiemg, a medida tende a restringir os investimentos, aumentar os custos de produção e comprometer a competitividade da indústria nacional.
Embora reconheça a importância do controle da inflação para garantir a estabilidade econômica, a Fiemg destacou que o atual cenário econômico já demonstra sinais de desaceleração, e que uma política monetária mais rígida pode agravar esse processo. O presidente da federação, Flávio Roscoe, destacou que o momento exige cautela.
\"Em momentos de elevada incerteza, torna-se ainda mais necessária que a política monetária seja conduzida com cautela, considerando os efeitos defasados das medidas já adotadas e o atual nível significativamente contracionista da taxa de juros, para evitar impactos desproporcionais sobre a atividade econômica e o mercado de trabalho\", ressaltou Roscoe.
Ele também mencionou que a guerra comercial entre os Estados Unidos e outros países vem afetando a economia global, com reflexos diretos no Brasil, especialmente por meio da queda nos preços das commodities. Esse fator, segundo ele, agrava ainda mais o processo de desaceleração da economia doméstica.
\"Esse contexto contribui para aprofundar a desaceleração da atividade econômica doméstica já em curso, e a adoção dessa medida tende a intensificar ainda mais o enfraquecimento da economia, com impactos negativos sobre a geração de empregos e a renda das famílias\", alertou o presidente da Fiemg.
A entidade reforça a necessidade de um equilíbrio maior na condução da política monetária, especialmente diante das incertezas do cenário internacional e dos efeitos já provocados pelas altas anteriores da Selic.