Professora é morta por envenenamento e marido é preso

Polícia investiga homicídio qualificado com envenenamento gradual; marido e sogra da vítima foram detidos em Ribeirão Preto

Por Plox

07/05/2025 10h52 - Atualizado há 1 dia

A morte da professora Larissa Talle Leôncio Rodrigues, de 37 anos, chocou a cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Nesta terça-feira (6), a Polícia Civil prendeu temporariamente o marido da vítima, o médico Luiz Antonio Garnica, de 38 anos, e sua mãe, Elizabete Arrabaça, de 67 anos, por suspeita de envolvimento no crime.


Imagem Foto: Redes sociais


Larissa foi encontrada morta em 22 de março no apartamento onde vivia com o marido, na zona sul da cidade. Inicialmente, Garnica alegou que encontrou a esposa desfalecida no banheiro e que tentou reanimá-la, sem sucesso, antes de acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Os socorristas apenas constataram o óbito, e o laudo apontou que a morte teria ocorrido cerca de 12 horas antes do exame pericial, realizado às 17h45 daquele dia.


O caso tomou um novo rumo após o resultado do exame toxicológico, que identificou a presença de “chumbinho” — um tipo de veneno de rato — no corpo da professora. A substância indicou envenenamento gradual, e o caso foi reclassificado como homicídio qualificado.



De acordo com o delegado Fernando Bravo, responsável pela investigação, há fortes indícios de que a morte tenha sido planejada ao longo de vários dias, o que caracteriza um crime premeditado. O primeiro laudo cadavérico não detectou o veneno, apenas alterações nos pulmões e coração, além do chamado “cogumelo de espuma”, fenômeno que pode ocorrer quando há contato entre ar e líquidos orgânicos.


As suspeitas se intensificaram após a descoberta de uma traição cometida por Garnica, que teria sido descoberta por Larissa pouco antes de sua morte. A investigação também apura a possível participação da amante do médico, que foi encontrada no apartamento onde ele morava com Larissa durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na semana anterior às prisões.



A polícia apreendeu os celulares de Garnica, da mãe dele e da suposta amante. O conteúdo dos aparelhos será analisado. Durante os trâmites na delegacia, Elizabete passou mal e foi levada para atendimento médico sob escolta, recebendo alta na madrugada do dia 7.


Em um novo desdobramento, a Polícia Civil solicitou a exumação do corpo da irmã de Luiz Antonio Garnica, morta cerca de um mês antes de Larissa, para investigar se há ligação entre os dois casos.



O médico foi levado para a cadeia de Santa Rosa de Viterbo, no interior paulista. A defesa de Luiz Antonio, representada pelo advogado Júlio Mossin, declarou que ele é inocente, embora ainda não tenha tido acesso ao conteúdo completo do mandado de prisão. O advogado de Elizabete, Bruno Correa, preferiu não comentar o caso por ainda não conhecer integralmente os autos da investigação.


A Guarda Civil Metropolitana foi a responsável por comunicar oficialmente o óbito às autoridades. O Ministério Público de São Paulo acompanha o caso, que segue em andamento na Delegacia de Ribeirão Preto.



“Existem indícios de que a vítima foi envenenada gradualmente, ao longo de vários dias”, afirmou o delegado Fernando Bravo

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