Sonho acadêmico interrompido: colombiano é deportado dos EUA e família tenta garantir sua volta

Estudante de Economia de Alimentos foi detido por infração de trânsito e entregue ao ICE; campanha arrecada fundos para que ele retorne à universidade na Flórida

Por Plox

07/05/2025 11h14 - Atualizado há 1 dia

O sonho de concluir os estudos nos Estados Unidos foi abruptamente interrompido para Felipe Zapata Velásquez, um colombiano de 28 anos que cursava o terceiro ano do curso de Economia de Alimentos e Recursos na Universidade da Flórida. Após ser parado em uma blitz por conduzir com documentos vencidos, Felipe foi preso em Gainesville no dia 28 de março de 2025.


Imagem Foto: Rede Social


Inicialmente tratada como uma infração administrativa, a abordagem terminou com a transferência do jovem para o Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE). Levado ao Centro de Detenção Krome, em Miami, Felipe deixou o país no dia 6 de abril, após o ICE classificar sua saída como voluntária. A família, no entanto, afirma que ele foi pressionado a aceitar essa condição durante semanas sem acesso adequado a uma defesa legal.



O episódio ocorre em meio a políticas migratórias mais rígidas, adotadas nos últimos anos pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA. Uma das estratégias em vigor encoraja a autodeportação para evitar penalizações mais graves, como detenções prolongadas ou proibições de retorno. Ferramentas como o aplicativo CBP Home, que permite aos imigrantes organizarem a própria saída, têm sido alvo de críticas por parte de defensores de direitos de estrangeiros.


O ICE alega que Felipe perdeu o status de estudante internacional após o encerramento de seu registro no sistema Sevis em outubro de 2024, o que invalidaria seu visto F-1. No entanto, a Universidade da Flórida contesta essa versão. De acordo com Steve Orlando, porta-voz da instituição, ele manteve matrícula regular e status ativo até 29 de abril de 2025.



Com a deportação já consumada, os familiares de Felipe iniciaram uma campanha na plataforma GoFundMe para arrecadar os US$ 10.000 necessários à sua defesa legal e a um possível retorno aos Estados Unidos. Mais de US$ 6.400 já foram arrecadados até o momento. Segundo María Salinas e Valentina Zapata, autoras da campanha, o jovem sempre se mostrou comprometido com os estudos e com sua comunidade acadêmica.


“El veio aos EUA para perseguir um sonho de aprendizado, crescimento e contribuição. Esse sonho agora está por um fio”, afirmam na descrição da campanha, que também destina parte dos recursos a apoio psicológico após o trauma vivido por Felipe.



Embora a saída voluntária não imponha automaticamente restrições ao retorno, o processo de solicitação de um novo visto depende de uma análise criteriosa do histórico migratório e da colaboração de instituições de ensino ou patrocinadores. O resultado pode levar meses e não há garantias de aprovação, mesmo com argumentos jurídicos sólidos.


Por enquanto, Felipe permanece na Colômbia, afastado do ambiente universitário e à espera de uma decisão que possa reabrir as portas do sonho interrompido.



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