STF manda investigar possível assinatura falsa em acordo da CBF

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) conduza com urgência uma investigação sobre a possível falsificação da assinatura do Coronel Nunes, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em um acordo que foi decisivo para manter Ednaldo Rodrigues no comando da entidade.

Foto: CBF

A ordem do ministro foi proferida nesta quarta-feira, 7 de maio, após o surgimento de indícios de que a assinatura de Nunes no documento poderia ter sido falsificada. O acordo em questão foi apresentado ao Judiciário por um advogado com registro regular na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e que contava com uma procuração assinada por todas as partes envolvidas no processo. Por isso, o documento foi inicialmente considerado autêntico.

“Não havia, à época, quaisquer elementos nos autos que levassem à compreensão ou sequer suspeitas de ocorrência de simulação, fraude ou incapacidade civil dos envolvidos”, escreveu Gilmar Mendes em sua decisão. No entanto, posteriormente, novas manifestações foram encaminhadas ao STF, levantando suspeitas mais sérias sobre a veracidade da assinatura de Nunes. A deputada federal Daniela Carneiro (União-RJ) foi uma das responsáveis por apontar essas suspeitas ao Supremo.

Apesar da investigação determinada, o ministro decidiu não afastar Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF. Segundo ele, o pedido feito pelo partido PC do B para que o dirigente fosse retirado do cargo não guarda relação direta com o foco da ação em análise.

No dia anterior à decisão, terça-feira (6), a própria CBF divulgou uma nota oficial afirmando que não houve qualquer tipo de ilegalidade no procedimento que reconduziu Ednaldo ao cargo máximo da entidade.

'Não havia, à época, quaisquer elementos nos autos que levassem à compreensão ou sequer suspeitas de ocorrência de simulação, fraude ou incapacidade civil dos envolvidos', declarou Gilmar Mendes

A apuração sobre a autenticidade da assinatura do Coronel Nunes deverá ser feita imediatamente pelas autoridades judiciais do Rio de Janeiro, conforme a determinação do Supremo, podendo ter impactos relevantes no futuro da direção da CBF.