Super Quarta: decisão de juros no Brasil e nos EUA pode impactar economia do Vale do Aço

Nesta quarta-feira (07), o cenário econômico global está em alerta com o que é conhecido como Super Quarta, dia marcado por decisões importantes dos bancos centrais dos Estados Unidos e do Brasil quanto às taxas de juros. O economista e delegado municipal de Jandira, Wanderson Castro, analisou os possíveis desdobramentos dessas decisões, especialmente os impactos que podem atingir diretamente regiões industriais como o Vale do Aço.

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Nos Estados Unidos, o Federal Reserve, autoridade monetária norte-americana conhecida como Fed, é quem define os intervalos das taxas de juros. Atualmente, os juros estão entre 4,25% e 4,50% ao ano, e a expectativa dos analistas é de que essa faixa seja mantida. Segundo Castro, apesar da inflação estar desacelerando na economia americana, fatores geopolíticos ainda impedem o início de um ciclo de cortes.

Essas tensões afetam diretamente a balança comercial dos EUA e colocam em análise diversas políticas comerciais, inclusive algumas implementadas na gestão Trump. Soma-se a isso a questão migratória, já que boa parte da força de trabalho americana é composta por imigrantes, incluindo muitos oriundos do Vale do Aço. A possível deportação em massa desses trabalhadores preocupa, pois afeta diretamente setores que dependem de mão de obra menos qualificada.

Enquanto isso, no Brasil, a expectativa é contrária: uma possível elevação da taxa de juros. De acordo com Castro, já havia sinais claros nas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) de que o Banco Central pode elevar a taxa em cerca de 0,5 ponto percentual, diante da inflação ainda fora da meta estabelecida pelo tripé macroeconômico nacional, que inclui câmbio flutuante, superávit primário e metas de inflação.

Essa política, segundo o economista, tem impacto direto na atividade econômica, especialmente em regiões industriais como o Vale do Aço, onde a mineração e a siderurgia predominam. O aumento da taxa de juros eleva o custo do crédito, afetando desde investimentos até exportações. Empresas da região, que dependem de financiamento contínuo para operar e expandir, enfrentam maiores dificuldades para captar recursos, pois os custos se tornam mais elevados.

O alerta de Wanderson Castro é claro: empresas que se prepararam financeiramente, ajustando capital fixo e estratégias de caixa, conseguirão passar por esse momento de juros altos com menos impacto. Já aquelas que ainda não se adaptaram, podem sentir reflexos severos na operação e na rentabilidade.

"Hoje é um dia decisivo para entender como será a resposta das autoridades monetárias à inflação e ao crescimento econômico. Precisamos acompanhar atentamente", concluiu o economista.

A Super Quarta deve, portanto, trazer não apenas definições momentâneas, mas sinalizações importantes sobre os rumos econômicos no segundo semestre de 2025, com reflexos locais, nacionais e globais.