Grupo de voluntários de Ipatinga unem forças contra a insegurança alimentar

Há quase uma década, o Brasil celebrava uma conquista significativa: o país havia sido removido do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Entretanto, estudos recentes apresentam um cenário alarmante. Segundo dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (PENSSAN), publicados no segundo semestre de 2022, cerca de 33 milhões de brasileiros enfrentam insegurança alimentar.

No estado de Minas Gerais, a situação é igualmente preocupante. A pesquisa indica que aproximadamente 8,2% da população local passa fome, evidenciando um quadro de grave insegurança alimentar. No Vale do Aço, a situação não é diferente, e a insegurança alimentar não chega apenas a quem mora na rua. Diante desse panorama, ações voluntárias se tornam cada vez mais importantes.

Um exemplo é o Grupo Amor ao Próximo, de Ipatinga, idealizado por Mônica Braga. "O objetivo é alcançar as famílias em situação de vulnerabilidade aqui da nossa cidade de Ipatinga, e estender a mão a essas pessoas", conta Mônica. Segundo ela, a iniciativa, nascida "na mão de Deus", começou com um grupo de amigos e, graças à solidariedade da região, tem conseguido atender famílias que realmente necessitam.

“O Grupo nasceu na mão de Deus e depois ele me confiou como a idealizadora do projeto, eu juntei alguns amigos e a gente começou a fazer essas ações e deu certo. A nossa região é uma região muito solidária e a gente consegue atender famílias que realmente necessita através deste grupo de amigos", disse.

Graus de insegurança alimentar em Minas Gerais

Os dados da PENSSAN mostram que a insegurança alimentar pode ser classificada em três graus. No estado de Minas Gerais, 1,7 milhão de pessoas, o equivalente a 8,2% da população, enfrenta o grau mais grave, passando fome. Outros 28,3% da população, quase 6 milhões de pessoas, convivem com a preocupação de falta de alimentos em um futuro próximo. Além disso, cerca de 3,4 milhões de mineiros, ou seja, 16% da população, não têm acesso a quantidades suficientes de comida.