Indígenas ficam "viciados" em pornografia com internet de Elon Musk; bilionário libera conteúdo no X
Introdução da Starlink impacta negativamente as atividades tradicionais dos Marubos, causando vício em pornografia e redes sociais
Por Plox
07/06/2024 10h09 - Atualizado há 12 meses
A instalação do serviço de internet Starlink, da empresa de Elon Musk, em 2022, trouxe à tribo indígena dos Marubos, no Vale do Javari, Amazonas, um acesso sem precedentes à rede mundial, gerando desafios inesperados. Com a nova conectividade, a tribo, que conta com cerca de dois mil membros e vive tradicionalmente da caça, pesca e agricultura, passou a enfrentar problemas sérios de vício em pornografia e redes sociais.
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Desde abril deste ano, a internet tem sido utilizada para emergências e comunicação com amigos e familiares. No entanto, o fácil acesso a conteúdos pornográficos gerou comportamentos sexuais preocupantes entre os jovens da tribo. Alfredo Marubo relatou ao New York Times que essa exposição causou graves problemas.

Enoque Marubo, uma das lideranças da tribo, destacou o impacto negativo na rotina dos Marubos: "Mudou tanto a rotina que foi prejudicial. Na aldeia, se você não caça, pesca e planta, você não come." TamaSay Marubo, outra liderança, ressaltou que os jovens foram os mais afetados: "Os jovens ficaram preguiçosos. Estão aprendendo os costumes dos brancos."
Além do vício em pornografia, muitos membros da tribo agora passam grande parte do dia nas redes sociais, especialmente no Instagram, desviando-se das suas atividades tradicionais. A vida na região remota do rio Ituí, que havia mantido suas tradições intactas por centenas de anos, mudou drasticamente com a introdução do sinal de internet pela Starlink.
Apesar dos desafios, os Marubos não querem perder o acesso à internet. "Acho que a internet nos trará muito mais benefícios do que danos", disse Enoque Marubo. TamaSay Marubo completou: "Por favor, não tire nossa internet."