Crescimento expressivo nas internações por infarto em jovens preocupa autoridades
Ministério da Saúde alerta para alta significativa entre pessoas com menos de 40 anos; sedentarismo e anabolizantes estão entre os fatores
Por Plox
07/06/2025 10h47 - Atualizado há 1 dia
Um levantamento do Ministério da Saúde revelou um crescimento expressivo nas internações por infarto entre jovens com menos de 40 anos, acendendo um sinal de alerta entre autoridades e especialistas.

De acordo com os dados oficiais, no ano 2000 eram registrados menos de dois casos por grupo de 100 mil habitantes. Já em 2024, esse número chegou próximo a cinco. Apesar de os dados considerarem apenas a rede pública, a tendência de aumento é observada também na saúde suplementar.
A situação tem chamado a atenção especialmente devido aos episódios de mal súbito durante atividades físicas em academias. Segundo profissionais da área, essas ocorrências estão frequentemente associadas a condições cardíacas pré-existentes que não haviam sido diagnosticadas.
Entre os principais fatores de risco estão a obesidade, o sedentarismo, o consumo de alimentos ultraprocessados, noites de sono de baixa qualidade, estresse prolongado, uso de anabolizantes, cigarro e drogas ilícitas.
A educadora física Larissa Ciodaro explica que doenças como a cardiomiopatia hipertrófica, anomalias nas artérias coronárias e síndromes de arritmias hereditárias podem estar presentes mesmo em jovens aparentemente saudáveis. “Essas condições geralmente se manifestam apenas sob esforço físico intenso. Por isso, a avaliação médica antes de iniciar qualquer rotina de exercícios é fundamental”, afirma.
Ela reforça que o check-up deve incluir eletrocardiograma e, se necessário, outros exames complementares. “É uma forma de prevenir tragédias que, muitas vezes, poderiam ser evitadas com um diagnóstico precoce.”
As academias também têm papel crucial na segurança dos alunos. É essencial que exijam atestados médicos atualizados, contem com profissionais capacitados, mantenham desfibriladores externos automáticos (DEA) em suas instalações e que todos estejam treinados para agir em situações emergenciais.
“Não é a atividade física a culpada por esses casos. Pelo contrário, ela é uma aliada da saúde. O que falta é preparo e cuidado preventivo”, afirma Larissa. Ela ainda destaca que academias devem oferecer um acompanhamento mais próximo, tratando os frequentadores como alunos reais e não apenas como ocupantes do espaço.
Diante do cenário, profissionais de saúde reforçam algumas recomendações:
- Realizar avaliação médica completa antes de começar ou intensificar a prática de exercícios físicos;
- Ficar atento a sintomas como dor no peito, falta de ar desproporcional, tontura, desmaios ou palpitações;
- Iniciar os treinos de forma progressiva, respeitando os limites do corpo;
- Manter boa hidratação e uma alimentação saudável;
- Escolher academias que priorizem a segurança, com estrutura adequada e profissionais qualificados.
A elevação nos casos de infarto entre jovens exige atenção redobrada de todos os envolvidos — dos próprios praticantes até os locais que oferecem atividades físicas. A prevenção segue sendo o melhor caminho.