PF tenta intimar Eduardo Bolsonaro, mas não obtém retorno

Deputado licenciado está nos EUA e não respondeu aos contatos da Polícia Federal sobre inquérito no STF

Por Plox

07/06/2025 08h57 - Atualizado há 1 dia

Mesmo diante de reiteradas tentativas, a Polícia Federal ainda não conseguiu entrar em contato com o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se encontra nos Estados Unidos. Ele é alvo de um inquérito que apura sua atuação no exterior em ações que teriam como objetivo prejudicar o Supremo Tribunal Federal (STF) e interferir em processos contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.


Imagem Foto: Câmara dos Deputados


No dia 28 de maio, a corporação enviou mensagens para os endereços eletrônicos cadastrados em nome de Eduardo e também tentou contato por um número de WhatsApp registrado como pertencente ao parlamentar. Até agora, nenhuma dessas tentativas teve sucesso. Segundo relatório encaminhado ao STF, os e-mails foram entregues com sucesso, mas sem qualquer manifestação por parte do destinatário.



Além disso, a Polícia tentou contatá-lo pelo telefone divulgado na página da Câmara dos Deputados, atribuído ao gabinete do deputado, e também por meio do WhatsApp Business. No entanto, o número fixo aparece como indisponível e não conta com serviço de correio de voz. Já pelo aplicativo, não houve sequer confirmação de leitura da mensagem.



A situação foi relatada formalmente ao Supremo em documento datado de 2 de junho. Antes de assumir o mandato parlamentar em 2015, Eduardo atuou como escrivão da própria Polícia Federal, entre 2010 e 2014.


O deputado, apesar de estar fora do país, pode ser ouvido mesmo à distância. O ministro Alexandre de Moraes já autorizou que ele preste depoimento por escrito, facilitando o andamento da investigação.


Em março deste ano, Eduardo anunciou que se licenciaria da Câmara e passaria a viver nos Estados Unidos. Desde então, tem promovido articulações com membros do governo Donald Trump e parlamentares americanos, com o intuito de adotar medidas contra o ministro Alexandre de Moraes.


Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), há sinais de que Eduardo tenta influenciar o Judiciário brasileiro em favor do pai. Conforme afirma o procurador-geral Paulo Gonet, existem
evidências de que o deputado estaria buscando interferir no andamento regular dos procedimentos de ordem criminal, inclusive ação penal, em curso contra o senhor Jair Bolsonaro e aliados

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A petição enviada ao STF ainda ressalta que o parlamentar pode estar cometendo crimes como obstrução de investigações, coação no curso do processo e atentado à soberania nacional. Além disso, a PGR sustenta que Eduardo busca impor sanções dos EUA contra Moraes para pressionar o STF. Entre essas medidas estariam restrições financeiras, como bloqueio de contas e cartões de crédito do ministro.


Esse movimento coincide com uma declaração recente do ex-presidente Donald Trump, que sinalizou a intenção de cancelar vistos de estrangeiros envolvidos com suposta censura nos EUA — iniciativa que muitos interpretam como uma alusão ao ministro brasileiro.


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