Anvisa aprova medicamento que combate o colesterol alto

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) concedeu registro a um medicamento revolucionário da farmacêutica suíça Novartis, voltado para o controle do colesterol alto. O medicamento em questão é a incilsirana, comercializado sob o nome de Sybrava. A inovação reside na forma de administração e eficácia do medicamento, que necessita de apenas duas injeções abdominais por ano e é capaz de reduzir os níveis de colesterol em até 50%.

Um panorama sobre o colesterol e seus perigos

Colesterol elevado é uma condição conhecida por ser um dos fatores de risco para doenças cardiovasculares, incluindo infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs). Isto acontece devido ao acúmulo de gordura nas artérias que pode obstruir o fluxo sanguíneo, condição conhecida como aterosclerose. Controlar o colesterol é especialmente crítico para indivíduos que já enfrentaram problemas cardiovasculares.

Tradicionalmente, o tratamento para colesterol alto envolve uma combinação de mudanças na dieta, exercícios físicos e medicamentos, como as estatinas. Entretanto, as estatinas, que são comprimidos tomados diariamente, têm uma adesão mais difícil e conseguem reduzir o colesterol em cerca de 30%.

Mecanismo de ação e eficácia da Incilsirana

Entender o funcionamento da incilsirana requer uma análise do papel da proteína hepática PCSK9 no organismo. Esta proteína contribui para o acúmulo de gordura nas artérias ao promover a degradação do receptor de LDL. A incilsirana age limitando a produção desta proteína, permitindo uma melhor absorção do LDL e, consequentemente, a redução de seu nível na corrente sanguínea.

O embasamento para a eficácia do medicamento vem de estudos significativos, nomeadamente os ORION-10 trial e ORION-11 trial, que envolveram mais de três mil participantes com quadro de aterosclerose. Durante cerca de um ano e meio, os participantes foram divididos em dois grupos: um que recebeu o medicamento e outro que recebeu um placebo. Os resultados mostraram uma redução impressionante de 52,3% no LDL entre os pacientes que não faziam uso de estatinas e de 49,9% entre os que faziam.

Estes estudos foram publicados na prestigiosa revista científica New England Journal of Medicine, conferindo ainda mais credibilidade aos achados.

Perspectivas para o futuro

É importante salientar que a incilsirana já recebeu aprovação de órgãos reguladores dos Estados Unidos e da União Europeia antes de ser aprovada pela Anvisa. Entretanto, ainda não há previsão para a comercialização do medicamento no Brasil ou para uma possível incorporação ao SUS (Sistema Único de Saúde).

Dada a alta eficácia da incilsirana, este medicamento representa uma alternativa promissora e poderá revolucionar o tratamento do colesterol alto, proporcionando esperança e melhores perspectivas de saúde para milhares de brasileiros.