Na manhã desta sexta-feira (7), o pavor tomou conta do município de Paulista, em Pernambuco, quando um prédio interditado desabou. Três famílias ocupavam o edifício no momento do acidente, segundo informações fornecidas pela Prefeitura do Paulista. No total, 19 pessoas estavam no prédio e oito apartamentos colapsaram.

Conforme detalhado pelas autoridades, uma pessoa perdeu a vida no desastre e duas foram resgatadas com vida, entre elas, uma mulher de 65 anos e uma adolescente de 15 anos, ambas hospitalizadas com fraturas. Ainda existem indivíduos desaparecidos sob os escombros.

O prédio estava sob interdição da Defesa Civil há 13 anos, mas foi reocupado por famílias sem moradia. Recentemente, a estrutura foi vistoriada, mas a prefeitura não forneceu detalhes sobre o tempo de ocupação das famílias nem o motivo da interdição. Segundo comunicado oficial, a situação é comum na Região Metropolitana do Recife (RMR), onde existem muitos prédios interditados e outros que já colapsaram.

Contexto de Insegurança Habitacional em Pernambuco

O presidente Lula (PT) recebeu recentemente um relatório sobre a situação precária dos chamados prédios "caixão" na região, durante a inauguração do Instituto Federal de Pernambuco, em Paulista. Nessa ocasião, o prefeito Yves Ribeiro solicitou ao Governo Federal uma solução definitiva para a situação, envolvendo a Caixa Econômica Federal e as seguradoras responsáveis pelos prédios.

Em uma declaração nas redes sociais, o prefeito Yves Ribeiro (MDB) afirmou que há mais de 10 anos alerta sobre a condição crítica desses prédios. Ele fez um apelo para que a seguradora responsável tomasse providências. Ribeiro também agradeceu às equipes de resgate e aos voluntários que auxiliaram no salvamento das vítimas.

O prédio, com térreo e três andares, colapsou no Conjunto Beira-Mar, na rua Dr. Luiz Inácio de Andrade Lima, no Janga. Em meio a chuvas intensas, bombeiros, cães farejadores e voluntários trabalham incessantemente na busca por sobreviventes nos escombros.

Este incidente remete a um acidente semelhante em Olinda, em abril deste ano, quando seis pessoas morreram e pelo menos cinco ficaram feridas após o desabamento seguido de incêndio de um prédio de três andares. O prédio também estava interditado. Em 2020, a Prefeitura de Olinda anunciou que cerca de 98 prédios na cidade apresentavam condições impróprias para habitação, porém, mesmo assim, muitos deles foram ocupados ilegalmente ou alugados.