Minas Gerais testemunha crescimento nos pedidos de recuperação judicial e falências em 2023

Dados da Serasa apontam que cerca de 50 empresas entraram em falência neste ano em Minas Gerais

Por Plox

07/07/2023 07h37 - Atualizado há quase 2 anos

O Estado de Minas Gerais tem enfrentado uma crise significativa no setor empresarial em 2023. Segundo dados da Serasa, aproximadamente 50 empresas no estado declararam falência neste ano. A situação é ainda mais alarmante quando se analisa o número de empresas que recorreram ao processo de recuperação judicial, que registra um aumento de 13 pedidos em comparação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 47 em 2023 contra os 34 de 2022.

 

Foto: Karolina Grabowska/Pexels/Divulgação

Endividamento das Empresas

Luiz Rabi, analista e economista do Serasa, apontou que um dos fatores cruciais para este cenário é o alto volume de dívidas acumuladas pelas empresas. Segundo ele, “As empresas foram acumulando uma quantidade enorme de dívidas, junto aos bancos e aos fornecedores, que não foram pagas. E, quando essas dívidas se acumulam, chega uma hora que as empresas acabam ficando à beira da insolvência. Assim, começam a aparecer os pedidos de recuperação e de falências”.

Desequilíbrio Econômico Global e Taxas de Juros

Além do endividamento, Rabi também enfatizou o desequilíbrio econômico mundial como um dos impulsionadores dos pedidos de falência e recuperação judicial. Ele explicou que a inflação não é um fenômeno exclusivo do Brasil, mas tem afetado a economia global. Como resultado, os bancos centrais, incluindo o do Brasil, tiveram que elevar as taxas de juros. “O aumento das taxas de juros fez com que as empresas tivessem mais dificuldade em quitar as dívidas”, acrescentou Rabi.

O Impacto do Poder de Compra do Consumidor

Outra consequência do desequilíbrio econômico é a redução do poder de compra dos consumidores. De acordo com o economista Luiz Rabi, a diminuição do poder aquisitivo tornou mais consumidores inadimplentes, o que, por sua vez, afetou as receitas das empresas. “Quando o consumidor fica com o seu poder de compra prejudicado, ele fica inadimplente. E, quando o consumidor fica inadimplente, ele não está pagando alguma empresa”, elucidou.

Este panorama em Minas Gerais reflete a complexidade e interconexão dos fatores econômicos e como eles podem afetar drasticamente a estabilidade das empresas. Com o endividamento, o desequilíbrio econômico mundial e a diminuição do poder de compra dos consumidores, o estado enfrenta um cenário empresarial turbulento em 2023.

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