RS em alerta: Novo ciclone extratropical e a iminência de novos desastres

Preparativos e ações preventivas no RS diante da nova ameaça ciclônica

Por Plox

07/07/2023 23h19 - Atualizado há quase 2 anos

Ainda sentindo as marcas do devastador ciclone de junho passado, o Rio Grande do Sul enfrenta novamente um grave perigo meteorológico. Um novo ciclone extratropical ameaça o estado, levando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) a declarar um alerta vermelho de grande perigo. Este alerta envolve 99 municípios na região metropolitana de Porto Alegre, litoral norte e parte da serra.

 

 Foto: Freepik

A meteorologia prevê um volume de chuva inferior ao evento de junho, que resultou em uma tragédia com a morte de 16 pessoas em oito municípios do estado, mas alerta que a quantidade prevista ainda é suficiente para causar danos significativos. Estão previstos entre 60 milímetros de chuva por hora e mais de 100 milímetros ao dia, podendo causar alagamentos, transbordamentos de rios e deslizamentos de encostas.

Diante da previsão climática, autoridades e serviços municipais já se mobilizam para mitigar possíveis danos e socorrer a população. Sebastião Melo, prefeito de Porto Alegre, através de uma publicação no Twitter, solicitou que os cidadãos permaneçam em suas casas para facilitar o funcionamento da cidade durante o período crítico.

Medidas preventivas já foram coordenadas para preparar equipes para eventuais resgates e consertos. A concessionária CEEE Equatorial, que enfrentou críticas pela demora em efetuar consertos na rede elétrica após o ciclone de junho, também participou da reunião coordenada pelo prefeito. No bairro Santana, em Porto Alegre, o ginásio do Departamento Municipal de Habitação está preparado para abrigar famílias desalojadas, caso necessário.

Na perspectiva de informar e orientar a população, o coronel Luciano Boeira, chefe da Casa Militar e coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, emitiu um alerta nas redes sociais. No vídeo, ele aconselhou os moradores de áreas de risco a buscar locais seguros e utilizar os abrigos oferecidos pelas prefeituras.

A meteorologista Josélia Pegorim, da Climatempo, explicou à Folha a natureza desses eventos climáticos. Ela afirma que os ciclones extratropicais são comuns na região Sul do Brasil, especialmente no inverno, e que sua formação ocorre em áreas onde a pressão do ar fica mais baixa do que nos arredores. Esse fenômeno provoca a formação de nuvens carregadas de chuva, sendo a intensidade do evento proporcional à baixa pressão.

A Defesa Civil de Itajaí, em Santa Catarina, também emitiu alerta para a formação do ciclone na divisa com o Rio Grande do Sul, ressaltando que se trata de uma condição climática normal para esta época do ano.

Após passar pelo Rio Grande do Sul, o ciclone extratropical, associado à uma frente fria, deverá se deslocar rapidamente por áreas da região Sul e no domingo (9) atuará sobre o mar, na altura da região Sudeste. As previsões indicam chuvas menores entre Santa Catarina, Paraná e sul e leste de São Paulo.

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