Trabalhador da Cemig morre eletrocutado: Sindicato denuncia onda de acidentes
Mesmo com o socorro imediato dos colegas de equipe, o técnico de manutenção e operação, com mais de quatro anos de serviço em Uberaba, não resistiu ao choque e faleceu a caminho do hospital
Por Plox
07/07/2023 14h36 - Atualizado há cerca de 2 anos
Em meio à rotina de trabalho em uma subestação de energia no Triângulo Mineiro, um empregado da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), apenas 27 anos, encontrou um fim trágico. Durante um trabalho de manutenção na subestação Pai Joaquim, em Santa Juliana, ele foi vítima de uma descarga elétrica potente de 13.800 volts. Mesmo com o socorro imediato dos colegas de equipe, o técnico de manutenção e operação, com mais de quatro anos de serviço em Uberaba, não resistiu ao choque e faleceu a caminho do hospital.
Reynaldo Passanezi Filho, o atual presidente da Cemig, gravou um vídeo direcionado aos funcionários, no qual expressa seu pesar pela fatalidade. "Com imenso pesar e profunda tristeza, comunico o infeliz acontecimento que levou a vida de um de nossos colaboradores no Triângulo Mineiro. Embora ainda estejamos apurando os detalhes do incidente, quero reiterar que a vida é um valor que a Cemig jamais negocia", afirmou.

A escalada de acidentes e a reação sindical
Entretanto, para o Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro MG), essa fatalidade não é um caso isolado, mas parte de uma série crescente de acidentes envolvendo os trabalhadores da Cemig.
Emerson Andrada, coordenador do Sindieletro, aponta vários outros casos de acidentes elétricos com equipes de manutenção. Em um exemplo em Nova Lima, um trabalhador foi atingido por uma descarga elétrica enquanto substituía as chaves de um banco de regulador, resultando em queimaduras de 1° e 2° graus em seu rosto e pescoço.
Andrada alega que a Cemig tem impedido a participação sindical nas investigações dos acidentes e ocultado informações relevantes. "A empresa poderia aprender com estes incidentes para evitar que ocorram novamente. Entretanto, temos enfrentado obstáculos para participar das análises e sentimos que a Cemig está tentando minimizar a importância desses eventos", denunciou.
Ele também criticou o processo de "desativação gradativa" da Univercemig em Sete Lagoas, um centro responsável por fornecer treinamentos de segurança do trabalho para os funcionários. Ele afirmou que o processo de encerramento da unidade teve início em 2019.
Em resposta, a Cemig confirmou a morte do funcionário e garantiu que está prestando todo o apoio necessário à família da vítima. A empresa também informou que formou uma comissão interna para investigar as causas do acidente e evitar novas ocorrências no futuro. Quanto à Univercemig, a empresa negou o fechamento gradativo e destacou que a unidade continua a oferecer cursos presenciais e à distância em diversas áreas, enfatizando que "todos os empregados da Cemig passam por treinamento focado em suas áreas de atuação".