Bolsonaro se diz 'à disposição' para ser questionado sobre 'qualquer coisa' na Cpac em SC
Ex-presidente destaca abertura ao diálogo durante evento político
Por Plox
07/07/2024 10h41 - Atualizado há 3 meses
Durante a abertura da Conferência de Ação Política Conservadora (Cpac) em Balneário Camboriú, SC, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou estar “à disposição” para ser “sabatinado sobre qualquer coisa”, direcionando sua declaração à “grande imprensa”. Este é o quinto ano do evento, que também contará com a presença do presidente argentino Javier Milei, previsto para chegar ao Brasil na noite de sábado.
Declarações e presença de lideranças conservadoras
Em seu discurso, Bolsonaro desafiou a imprensa crítica a entrevistá-lo ao vivo por duas horas. "A imprensa que me critica, a grande imprensa, mais uma vez estou à disposição de vocês, para duas horas ao vivo ser sabatinado sobre qualquer coisa", disse Bolsonaro.
Além de Bolsonaro, a conferência reúne várias figuras proeminentes do movimento bolsonarista, incluindo os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), Ricardo Salles (PL-SP), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Caroline De Toni (PL-SC), bem como o senador Magno Malta (PL-ES) e o deputado estadual Bruno Engler (PL-MG), que é pré-candidato à prefeitura de Belo Horizonte.
Primeira aparição após indiciamento
Este evento marca a primeira aparição pública de Bolsonaro após ser indiciado pela Polícia Federal na quinta-feira (4). A investigação envolve a suposta venda irregular de joias e outros presentes oficiais recebidos por ele durante viagens internacionais. As acusações incluem crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos, todas negadas por Bolsonaro.
A investigação sobre desvio de bens de alto valor
Desde março de 2023, a Polícia Federal investiga a possível apropriação indevida de presentes de alto valor que Bolsonaro teria recebido em viagens ao exterior. Em outubro de 2021, autoridades da Arábia Saudita teriam dado joias ao ex-presidente, que deveriam ser incorporadas ao patrimônio da União. Após a divulgação dessas informações pelo jornal O Estado de S. Paulo, os advogados de Bolsonaro confirmaram que os itens estavam com ele e anunciaram a devolução.
Novas reportagens indicaram que outros itens valiosos também não foram entregues à União. Um militar, assessor do então ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia), foi flagrado tentando entrar no Brasil com artigos de luxo não declarados, que foram apreendidos pela Receita Federal. No entanto, outros itens, como relógio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário, todos da marca suíça Chopard, conseguiram passar sem serem interceptados e foram posteriormente entregues a Bolsonaro.