Cavernas do Peruaçu, no Norte de Minas, podem virar destino turístico mundial

O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, situado no norte de Minas Gerais, é um dos trinta locais culturais e naturais que serão avaliados nesta semana pelo Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco para possível inclusão na prestigiada lista internacional.

Foto:  Mariana Xavier Dutra / Divulgação

Além do Brasil, estão entre os candidatos a Rota Colonial Transístmica do Panamá e a Rota Huichol do México, destacando-se pelo valor histórico e natural. Em comum, muitos dos locais propostos têm conexão com a pré-história, como é o caso das cavernas mineiras, conhecidas por abrigarem pinturas rupestres.

Audrey Azoulay, diretora-geral da Unesco, destacou que esta edição do comitê precisa refletir um multilateralismo concreto, em que a cultura tenha papel essencial diante dos desafios contemporâneos, como as mudanças climáticas e os conflitos.

A gravidade das ameaças à preservação é crescente. Quase 75% dos locais já reconhecidos pela Unesco enfrentam problemas hídricos sérios, como escassez de água e inundações, além do impacto do turismo em excesso, que vem sendo cada vez mais questionado.

No momento, 56 bens estão listados como Patrimônio Mundial em perigo, sendo que metade deles sofre impactos diretos de conflitos armados, conforme ressaltado por Azoulay, que encerrará seu mandato no fim deste ano.

A candidatura brasileira se junta a outras igualmente simbólicas, como os alinhamentos megalíticos de Carnac, na França, e a rota sagrada de Huichol, no México, que atravessa mais de 500 km pelo centro-norte do país, incluindo o local de Wirikuta.

Já a proposta panamenha busca reconhecimento como elo estratégico entre os oceanos Atlântico e Pacífico, vital no sistema comercial mantido pela Espanha entre os séculos XVI e XIX. Atualmente, mais de 1.200 locais culturais, naturais e mistos integram o Patrimônio Mundial da Unesco.