Lula critica ONU e cobra reforma no Conselho de Segurança

Presidente aponta falta de ação efetiva da entidade nos conflitos da Ucrânia e Gaza e defende maior representatividade global

Por Plox

07/07/2025 18h03 - Atualizado há 4 dias

Durante uma entrevista concedida nesta segunda-feira (7/7), no encerramento da Cúpula de Líderes do BRICS, no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou profunda insatisfação com a atuação da Organização das Nações Unidas (ONU) diante de conflitos armados, especialmente na Ucrânia e na Faixa de Gaza.


Imagem Foto: Brics Brasil


O chefe do Executivo brasileiro afirmou que a ONU não tem conseguido intermediar cessar-fogos nem construir soluções diplomáticas para essas crises. Para ele, essa ineficácia está diretamente relacionada à estrutura do Conselho de Segurança, que, segundo Lula, precisa ser reformulado com urgência para permitir a entrada de novas nações.



Criticando o papel desempenhado pelo Conselho de Segurança, Lula relembrou episódios como a guerra do Iraque, a intervenção na Líbia que levou à morte de Muammar Gaddafi, e agora a guerra entre Rússia e Ucrânia. Segundo o presidente,
“ninguém pede licença para fazer guerra”

. Ele argumenta que o Conselho, criado para evitar guerras, na prática, tem contribuído para elas.


Atualmente, o Conselho de Segurança conta com 15 membros, sendo cinco permanentes — China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos. Para que resoluções sejam aprovadas, é necessário o voto favorável de nove países e que nenhum dos membros permanentes use seu poder de veto. Lula considera esse formato ultrapassado e insuficiente para lidar com as atuais demandas globais.



O presidente também abordou a gravidade da situação na Faixa de Gaza, criticando a resposta da ONU diante dos bombardeios israelenses. Após o ataque do Hamas, que resultou na morte de cerca de 1.200 pessoas, Israel intensificou suas ações militares na região. Lula afirmou:
“O que está acontecendo em Gaza já passou da capacidade de compreensão de qualquer mortal no planeta Terra”

, destacando que a ONU deveria estar coordenando um cessar-fogo, mas não o faz por estar, segundo ele, envolvida nos conflitos.


O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, justifica as operações como parte de uma ofensiva para neutralizar o Hamas. No entanto, Lula reforçou seu posicionamento crítico, afirmando que a maioria das vítimas são civis inocentes, especialmente mulheres e crianças.



Diante disso, o presidente brasileiro enfatizou a necessidade urgente de transformação nas instituições multilaterais, especialmente o Conselho de Segurança da ONU, para torná-las mais representativas e eficazes na resolução de conflitos globais.


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