STF adota silêncio após críticas de Trump em defesa de Bolsonaro

O recente posicionamento do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em defesa de Jair Bolsonaro, provocou reações discretas no Brasil. Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), diante das declarações feitas por Trump e da repercussão política, optaram por não se manifestar publicamente sobre o caso.

Foto: STF

Nos bastidores, integrantes da Suprema Corte indicaram que a tarefa de responder a ataques externos à institucionalidade do país cabe exclusivamente ao governo federal e à diplomacia oficial brasileira. Essa conduta já havia sido adotada anteriormente, quando, em maio, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, fez duras críticas direcionadas ao ministro Alexandre de Moraes, após a abertura de um inquérito contra o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro.

Na ocasião, Rubio anunciou que os Estados Unidos iriam impor restrições à entrada de estrangeiros envolvidos em ações de censura contra cidadãos americanos, em uma mensagem interpretada como recado direto ao STF. A resposta da Corte, porém, também foi o silêncio, delegando a reação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Seguindo a mesma linha, após as recentes falas de Trump classificando os processos contra Bolsonaro como uma “caça às bruxas” e pedindo que deixem o ex-presidente “em paz”, Lula utilizou uma rede social para afirmar que o Brasil é um país soberano e não aceita qualquer tentativa de interferência externa.

“O Brasil é soberano e não aceita qualquer tentativa de interferência externa”, publicou o presidente Lula após os comentários de Trump.

A postura do STF reforça sua decisão de se manter distante de embates políticos internacionais, mesmo quando os ataques se dirigem diretamente à instituição ou a seus membros, como já ocorreu em outros episódios envolvendo autoridades estrangeiras.