Presidente ucraniano questiona alinhamento de Lula com Putin

Em uma discussão aprofundada com jornalistas latino-americanos, Zelenski trouxe à tona comentários feitos anteriormente por Lula e por seu assessor internacional

Por Plox

07/08/2023 06h24 - Atualizado há 8 meses

Numa retórica afiada, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, reacendeu sua discordância com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista recente, Zelenski questionou a postura de Lula, alegando que o presidente brasileiro estaria corroborando com as "narrativas" do presidente russo, Vladimir Putin. De acordo com Zelenski, Lula deveria ter uma visão mais global, em vez de alinhar-se a Putin.

 

Em uma discussão aprofundada com jornalistas latino-americanos, Zelenski trouxe à tona comentários feitos anteriormente por Lula e por seu assessor internacional, Celso Amorim. Ambos haviam destacado a importância de buscar uma solução diplomática para o conflito ucraniano.

Fazendo referência a uma declaração feita por Lula na semana passada, em que afirmava a indisposição de ambos, Zelenski e Putin, para negociações de paz, o presidente ucraniano disse: "Apenas a Rússia, Putin e Lula falam sobre a segurança da Rússia e as garantias necessárias para a mesma. É uma abordagem estranha".

Zelenski expressa vontade de encontro com Lula

Em um trecho revelador da entrevista, Zelenski expressou seu desejo de se encontrar com o presidente brasileiro. No entanto, ele também mencionou o lento progresso da contraofensiva ucraniana, que não está se desenvolvendo tão rapidamente quanto alguns poderiam esperar ou imaginar.

Zelenski tem feito críticas recorrentes a Lula desde maio deste ano, quando ironizou as tentativas do presidente brasileiro de promover negociações de paz e resistiu ao apoio brasileiro à criação de um tribunal especial para julgar os crimes de agressão na Guerra da Ucrânia. "Lula quer ser original, e devemos dar essa oportunidade a ele", disse Zelenski à época.

Enquanto Lula e Amorim defendem a mediação por países considerados neutros para alcançar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, suas declarações têm sido interpretadas por Kiev e pelos EUA como uma inclinação ao lado russo.

 


 

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