Mulher acusada de planejar falso assalto para matar marido é julgada em Timóteo

Luith Silva Pires Martins e João Victor Bruno Coura de Oliveira respondem por homicídio qualificado, em crime inicialmente tratado como latrocínio

Por Plox

07/08/2025 06h22 - Atualizado há 2 dias

Na manhã desta quarta-feira (6), o Fórum de Timóteo foi palco de grande movimentação com o início do julgamento de Luith Silva Pires Martins. Ela é acusada de arquitetar, junto a João Victor Bruno Coura de Oliveira, o assassinato de seu próprio marido, Caio Campos Domingues. O crime ocorreu em abril de 2023, na zona rural de Jaguaraçu, e chocou a região.

Vídeo: Andressa Estevão/PLOX


Imagem Foto: Andressa Estevão/PLOX


Familiares de Caio e dos réus, além de moradores da cidade, acompanharam o início da sessão. O caso, que ganhou grande repercussão, passou por uma reviravolta ao longo das investigações: inicialmente tratado como latrocínio, o crime passou a ser considerado homicídio premeditado.


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Segundo o Ministério Público de Minas Gerais, a motivação foi financeira. Luith estaria com diversas dívidas e via na morte do marido uma maneira de resolver a situação, se apropriando de seus bens e recebendo o valor do seguro de vida. Para isso, teria prometido R$ 10 mil a João Victor pela execução.

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A denúncia do MP aponta que o crime foi cometido com extrema frieza e planejamento. Caio foi alvejado por vários disparos dentro da caminhonete da família, com o cinto de segurança afivelado, o que dificultou qualquer possibilidade de defesa. O ataque teria sido feito por João Victor, que esperava escondido no local após Luith ter dirigido até lá com a vítima.


Após os disparos, a acusada teria dado fuga ao atirador, levando-o até uma rodovia próxima. Em seguida, retornou ao local simulando uma tentativa de socorro ao marido, já sem vida.


\"Ela queria apenas dar um susto no marido por conta de problemas no relacionamento\", teria alegado à polícia durante o flagrante
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João Victor também enfrenta uma segunda acusação, por posse irregular de arma de fogo. A arma utilizada no crime foi encontrada na casa dele, no dia seguinte ao assassinato.


Conforme a versão apresentada inicialmente por Luith à Polícia Militar, ela estava ao volante da caminhonete enquanto Caio seguia ao lado. Eles levavam uma bicicleta que seria usada por ele para pedalar, e ela seguiria para buscar os filhos do casal. Em determinado momento, um suposto assaltante teria surgido e ordenado a parada do veículo, exigindo que ela retirasse a bicicleta da caçamba. No momento em que Caio permaneceu dentro do carro, os disparos ocorreram.


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Luith ainda alegou que foi forçada a dar carona ao criminoso até a rodovia, onde ele teria desistido de roubar os celulares e a bicicleta por suspeitar de rastreamento. Só então, ela teria voltado ao local para tentar socorrer o marido.

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No entanto, a narrativa começou a ruir após a prisão em flagrante de João Victor, de 21 anos, poucas horas depois do crime. O jovem teria confessado que o assassinato foi encomendado pela esposa da vítima. Imagens de câmeras de segurança mostraram os dois juntos, um dia antes do ocorrido, o que confirmou a ligação entre eles.

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Com as contradições surgindo no depoimento de Luith e o avanço das investigações, a polícia concluiu que não se tratava de uma tentativa de assalto, mas sim de uma emboscada planejada.

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O Ministério Público sustenta que o homicídio foi praticado por motivo torpe, com promessa de recompensa, em circunstâncias de emboscada e dissimulação, qualificadoras que podem elevar a pena para até 30 anos de prisão. Se condenados, ambos podem receber penas que variam entre 12 a 30 anos pelo homicídio, além da pena por posse ilegal de arma, no caso de João Victor.


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