PLOX tem acesso a vídeo em que João Victor confessa assassinato de Caio Domingues
João Victor admitiu ter matado o marido de Luith, acusada de arquitetar o crime; julgamento acontece em Timóteo
Por Plox
07/08/2025 19h13 - Atualizado há 3 dias
Oito dias após o assassinato de Caio Campos Domingues, na zona rural de Jaguaraçu, no dia 04 de abril de 2023, o então suspeito, João Victor Bruno Coura de Oliveira, confessou o homicídio em depoimento à Polícia Civil. Dois anos depois o caso volta aos holofotes com o julgamento de João Victor, hoje com 23 anos, e de Luith Silva Pires Martins, 41 anos, acusada de planejar a morte do marido. Desde de quarta-feira (06/08) os dois estão sentados no banco dos réus do Tribunal do Júri, no Fórum de Timóteo. E o PLOX teve acesso ao vídeo em que foi registrada a confissão de João Victor. Acompanhe na Live.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, os promotores Frederico Duarte Castro e Jonas Junio Linhares Costa Monteiro afirmam que Luith, então esposa da vítima, teria planejado detalhadamente o assassinato do marido com o auxílio de João Victor, com quem mantinha contato havia cerca de seis meses. Motivada por dívidas financeiras e pela intenção de receber o seguro de vida da vítima, Luith teria prometido ao executor o pagamento de R$ 10 mil pela ação.

Segundo a acusação, o homicídio foi qualificado por ter sido cometido por motivo torpe, com promessa de recompensa e uso de meios que dificultaram a defesa da vítima. Caio foi alvejado dentro do próprio carro, ainda com o cinto de segurança afivelado.

João Victor, que aguardava escondido no local, efetuou os disparos. Luith teria dirigido o carro até o ponto combinado, retornado após o crime e simulado uma tentativa de socorro à vítima.

Para encobrir o homicídio, os acusados teriam simulado um latrocínio, combinando o desaparecimento de uma bicicleta que estava no veículo. No primeiro depoimento à polícia, Luith relatou ter sido vítima de um assalto junto com o marido, versão desmentida pelas provas colhidas ao longo da investigação. A arma utilizada no crime foi encontrada na residência de João Victor no dia seguinte, o que também o levou a responder por posse irregular de arma de fogo.

Durante a retomada do julgamento nesta quinta-feira (07/08), os advogados de defesa de Luith se pronunciaram publicamente pela primeira vez em entrevista ao PLOX. Eles alegam que as acusações são levianas e apontam diversas contradições nos autos. Segundo a equipe de defesa composta por cinco advogados, entre eles, Larissa Oliveira, Lorena Vidal e Caio Barbosa Ulhoa, houve falhas significativas desde o início das investigações, tanto por parte da Polícia Civil quanto da Polícia Militar.

Os defensores afirmam que a versão da acusação foi a única divulgada ao longo dos dois anos em que os réus estiveram reclusos e defendem a inocência de Luith. Eles garantem que o julgamento tem trazido à tona fatos omitidos anteriormente e que o processo está cheio de inverdades. \"Justiça não é colocar qualquer pessoa atrás das grades, mas sim a pessoa que realmente cometeu o crime\", afirmou um dos advogados.
Com a suspensão da sessão na noite de quarta-feira (06/08), os jurados — dois homens e cinco mulheres — foram encaminhados de forma isolada para um hotel, onde permaneceram incomunicáveis até a retomada dos trabalhos nesta quinta. A expectativa da defesa é que o interrogatório dos acusados seja iniciado ainda hoje, com os debates finais previstos para amanhã.

Caso sejam condenados, os réus podem cumprir penas que variam entre 12 e 30 anos de reclusão apenas pelo homicídio, além da penalidade adicional prevista pelo Estatuto do Desarmamento.
