Reunião entre Trump e Putin é confirmada após quatro anos de distanciamento

Depois de quatro anos sem qualquer encontro direto entre os líderes dos Estados Unidos e da Rússia, os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin voltarão a se reunir nos próximos dias. O anúncio oficial foi feito nesta quarta-feira (7) pelo Kremlin, que também descartou qualquer possibilidade de participação do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

Foto: Radio France

Segundo Yuri Ushakov, conselheiro diplomático do Kremlin, a proposta partiu dos norte-americanos. “Por sugestão da parte americana, alcançamos um acordo de princípio para organizar uma reunião bilateral nos próximos dias”, afirmou ele, citado por agências russas. Ushakov acrescentou ainda que os dois países já começaram a trabalhar nos detalhes do encontro, com previsão para ocorrer na próxima semana.

A reunião será realizada nos Emirados Árabes Unidos.

Donald Trump, que tem buscado protagonismo nas negociações em torno da guerra entre Rússia e Ucrânia, pretende com esse encontro avançar em um possível caminho para a paz. Até agora, três tentativas diretas de diálogo entre Moscou e Kiev não resultaram em acordos significativos.

Nesta semana, o presidente russo também recebeu o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff. De acordo com Trump, a conversa foi produtiva e ajudou a pavimentar o caminho para a reunião entre os dois líderes.

Apesar da movimentação diplomática, a posição de Moscou continua inflexível. Em recente declaração, Putin reforçou que deseja a paz, mas não abre mão das exigências para um cessar-fogo. Entre os pontos listados estão: o controle das regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson — atualmente parcialmente ocupadas pela Rússia — além da Crimeia, anexada em 2014. Também exige o fim do envio de armas ocidentais à Ucrânia e a retirada do país do projeto de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Do lado ucraniano, essas condições são vistas como inaceitáveis. Zelensky insiste em negociar diretamente com Putin, mas Moscou descarta qualquer possibilidade de encontro neste momento, alegando que só faria sentido ao fim de um processo de paz mais avançado.