Segundo dia de julgamento de acusados pela morte de Caio Domingues tem clima tenso em Timóteo

Luith Silva Pires Martins é acusada de planejar a morte do marido com ajuda de João Victor Bruno Coura de Oliveira; crime teria sido motivado por dinheiro

Por Plox

07/08/2025 10h54 - Atualizado há 3 dias

O segundo dia do julgamento de Luith Silva Pires Martins, no Fórum de Timóteo, começou na manhã desta quinta-feira (6) com um clima tenso e discussões entre defesa e acusação. Luith responde por homicídio qualificado, sendo apontada como responsável por arquitetar, junto a João Victor Bruno Coura de Oliveira, o assassinato de seu próprio marido, Caio Campos Domingues, em abril de 2023.


Imagem Foto: Andressa Estevão/PLOX


A acusação feita pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) destaca que o crime foi motivado por interesses financeiros. Conforme a denúncia, Luith estaria endividada e viu na morte do marido uma oportunidade de se beneficiar com seus bens e com o valor de um seguro de vida. Para isso, teria prometido R$ 10 mil a João Victor pela execução do crime.



O assassinato ocorreu na zona rural de Jaguaraçu e, inicialmente, foi tratado como um latrocínio. No entanto, as investigações revelaram fortes indícios de premeditação. Caio foi morto com diversos disparos enquanto ainda usava o cinto de segurança, dentro da caminhonete da família, o que impossibilitou qualquer chance de defesa. Segundo o MP, João Victor estava escondido no local e atirou quando o veículo parou. Luith teria dirigido até o ponto da emboscada com a vítima ao lado.


Após o crime, a mulher ainda teria ajudado o atirador a fugir, levando-o até uma rodovia próxima. Em seguida, retornou ao local e simulou uma tentativa de socorro ao marido, já sem vida.



Durante o julgamento, o ambiente ficou ainda mais carregado quando a advogada de Luith acusou a promotoria de deboche, provocando um momento de tensão na sessão. Familiares da vítima e dos acusados, além de moradores da região, acompanhavam os depoimentos.



A versão inicial apresentada por Luith à Polícia Militar descrevia que um assaltante havia abordado o casal durante o trajeto. Ela disse que dirigia a caminhonete, enquanto Caio estava ao lado e levava uma bicicleta para pedalar.

Imagem Foto: Andressa Estevão/PLOX
Segundo seu relato, o suposto criminoso teria mandado parar o veículo e exigido que retirasse a bicicleta da caçamba. No momento em que Caio permaneceu no carro, os disparos aconteceram.

Imagem Foto: Andressa Estevão/PLOX

Ainda de acordo com a versão da acusada, ela foi obrigada a dar carona ao atirador até a rodovia, onde ele teria desistido de levar os celulares e a bicicleta por suspeitar de rastreamento. Foi então que ela retornou para o local do crime, fingindo socorrer o marido.

Imagem Foto:Andressa Estevão/PLOX

Porém, a história começou a desmoronar após a prisão em flagrante de João Victor, de apenas 21 anos, algumas horas após o crime. O jovem teria confessado que a execução foi encomendada pela esposa da vítima. Câmeras de segurança flagraram os dois juntos na véspera do homicídio, o que reforçou a ligação entre eles.



"Ela queria apenas dar um susto no marido por conta de problemas no relacionamento", teria afirmado durante o flagrante

Além do homicídio, João Victor também responde por posse ilegal de arma de fogo. A arma usada no crime foi encontrada na casa dele no dia seguinte ao assassinato.

Imagem Foto: Andressa Estevão/PLOX


Com as contradições no depoimento de Luith e o avanço da apuração, a polícia descartou a hipótese de latrocínio e concluiu que tudo foi minuciosamente planejado.

Imagem Foto: Andressa Estevão/PLOX


O Ministério Público sustenta que o homicídio foi cometido por motivo torpe, com promessa de pagamento, em circunstâncias que envolveram emboscada e dissimulação. Essas qualificadoras podem elevar a pena para até 30 anos de prisão. Ambos os réus podem ser condenados a penas entre 12 e 30 anos, com João Victor ainda sujeito à punição extra pela posse ilegal da arma.


Imagem Foto: Andressa Estevão/PLOX

O julgamento segue com a oitiva de testemunhas, incluindo o delegado Jorge Caldeira, que conduziu parte da investigação.


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