Facebook, Google e Twitter criticam Medida Provisória de Bolsonaro

As principais empresas de redes sociais da atualidade criticaram, nesta segunda-feira (6), a edição de Medida Provisória (MP) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que, entre outras coisas, limita a possibilidade de remoção de notícias falsas ou de atos antidemocráticos. A MP foi publicada nesta segunda.

"Essa medida provisória limita de forma significativa a capacidade de conter abusos nas nossas plataformas, algo fundamental para oferecer às pessoas um espaço seguro de expressão e conexão online. O Facebook concorda com a manifestação de diversos especialistas e juristas, que afirmam que a proposta viola direitos e garantias constitucionais", informou o Facebook.

Bolsonaro é o principal afetado pelas regras de controle nas redes sociais. Em março do ano passado, o Facebook e o Instagram removeram um vídeo do presidente no qual ele apareceu provocando aglomerações em Brasília. Bolsonaro também havia se posicionado contra o isolamento social na gravação.

Já em abril de 2020, o YouTube (de propriedade do Google) excluiu vídeos em que Bolsonaro recomendava o uso de hidroxicloroquina ou ivermectina no tratamento de covid-19, remédios comprovadamente ineficazes contra a enfermidade.

Nota do Google

"Destacamos que nossas políticas de comunidade são resultado de um processo colaborativo com especialistas técnicos, sociedade civil e academia. Essas diretrizes existem para que possamos garantir uma boa experiência de uso e preservar a diversidade de vozes e ideias características da plataforma.

Acreditamos que a liberdade para aplicar e atualizar regras é essencial para que o YouTube possa colaborar com a construção da internet livre e aberta que transforma a vida de milhões de brasileiros todos os dias. Continuaremos trabalhando para demonstrar a transparência e a importância das nossas diretrizes, e os riscos que as pessoas correm quando não podemos aplicá-las."

Nota do Twitter

"O Marco Civil da Internet foi fruto de um amplo e democrático processo de discussão com a sociedade civil, do qual as empresas, a academia, os usuários e os órgão públicos puderam participar. Isso permitiu a elaboração de uma lei considerada de vanguarda na proteção dos direitos dos usuários, preservando a inovação e a livre concorrência. A proposição desta Medida Provisória que traz alterações ao Marco Civil contraria tudo o que esse processo foi e o que com ele foi construído."