Exportações de carne mineira caem após tarifa dos EUA

Medida imposta pelos norte-americanos reduziu embarques em agosto, mas China e novos mercados mantêm saldo positivo no ano

Por Plox

07/10/2025 11h13 - Atualizado há 6 dias

As exportações de carne bovina produzida em Minas Gerais sofreram uma forte retração no mês de agosto, após os Estados Unidos decidirem impor uma tarifa de 50% sobre as compras do produto brasileiro. O impacto da medida foi imediato: os embarques destinados ao mercado norte-americano despencaram mais de 70%, puxando uma queda geral de 26% nas vendas totais do Estado.


Imagem Foto: Pixabay


Em termos financeiros, o valor exportado por Minas caiu para US$ 154,8 milhões. Já o volume embarcado ficou em 40,1 mil toneladas, evidenciando a sensível redução no desempenho do setor diante da nova barreira comercial.


Apesar do baque nos números de agosto, o desempenho acumulado no ano ainda é positivo. Isso se deve principalmente à forte demanda vinda da China, do Oriente Médio e do México. Esses destinos mantiveram ritmo firme de compras, compensando, em parte, a queda nas exportações para os Estados Unidos.



De acordo com especialistas do setor, o tarifaço norte-americano serviu como catalisador para uma movimentação estratégica por parte das empresas mineiras. Houve uma intensificação na busca por novos mercados, além de um crescimento nos investimentos em certificações e melhorias de qualidade, com foco em agregar mais valor ao produto exportado.


Mesmo enfrentando dificuldades logísticas, os produtores do Estado continuam apostando em diferenciais como a rastreabilidade e a padronização da carne para sustentar sua presença no mercado externo.



\"A diversificação dos destinos e o foco na qualidade são hoje as principais armas para manter o crescimento das exportações mineiras, mesmo diante de medidas protecionistas\", apontou um analista do setor.

Paralelamente, o saldo da balança comercial de Minas Gerais apresentou desempenho sólido. Até setembro, o superávit acumulado chegou a US$ 19,2 bilhões, com exportações totais de US$ 32,9 bilhões no ano — alta de 3,9% em relação ao mesmo período de 2024. As importações também cresceram, somando US$ 13,7 bilhões, um avanço de 10,3%.



A expectativa agora é de que as negociações internacionais avancem e que o setor consiga se adaptar rapidamente ao novo cenário, reforçando sua competitividade global.


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