Polícia Civil reforça ações de combate à violência contra a mulher no Vale do Aço

Levantamento do 12º Departamento de Polícia Civil de Ipatinga mostra queda nas medidas protetivas e ressalta importância do projeto 'PCMG por Elas'.

Por Plox

07/10/2025 09h39 - Atualizado há 2 dias

O Dia Mundial da Não Violência, celebrado em 2 de outubro, serviu como ponto de partida para a divulgação de um importante levantamento feito pelo 12º Departamento de Polícia Civil de Ipatinga. O estudo analisou os pedidos de medidas protetivas de urgência enviados ao Judiciário entre janeiro de 2021 e agosto de 2025, abrangendo 34 cidades do Leste de Minas Gerais.


Imagem Foto: Divulgação


Os dados revelam diferenças marcantes entre os municípios da região. De acordo com o Delegado-Geral e Chefe do Departamento, Dr. Gilmaro Alves, a análise considerou não apenas os números absolutos, mas também a proporção em relação à população feminina.
“Esse método nos dá uma visão mais fiel da realidade, mostrando não apenas a quantidade de pedidos, mas o impacto real sobre as mulheres de cada município”,explicou o delegado.


Imagem Foto: Divulgação


Em 2024, a taxa geral do 12º Departamento ficou em 51 medidas protetivas para cada 10 mil mulheres. No ano seguinte, até agosto, houve uma redução para 36,7. Os registros totais também indicam queda: 3.743 medidas foram emitidas em 2021, 3.474 em 2024 e 2.499 até agosto de 2025. Açucena apresentou a maior taxa proporcional neste último período, com 93,8 medidas por 10 mil mulheres, seguida de Matipó, Rio Casca e Manhumirim. No lado oposto, Santa Maria de Itabira (11,2) e Ipatinga (16,0) figuram entre as menores taxas.



O delegado Gilmaro Alves destacou que municípios menores tendem a apresentar números proporcionalmente mais altos por contarem com redes de apoio mais frágeis e menos serviços especializados. Já centros urbanos como Ipatinga e Timóteo têm infraestrutura policial mais consolidada e campanhas de conscientização mais frequentes. “É fundamental considerar também o risco da subnotificação, quando o medo ou barreiras sociais impedem as vítimas de buscar ajuda”, alertou.



O levantamento ainda traçou três eixos principais para o enfrentamento à violência contra a mulher: a prevenção e conscientização, por meio de campanhas educativas em escolas e comunidades; o fortalecimento institucional, com ampliação do efetivo e capacitação de agentes; e o monitoramento local, que prevê comitês municipais e uso de tecnologia para acompanhamento das ocorrências.



O Delegado-Geral enfatizou que o foco principal deve ser a prevenção.
“Cada número representa uma mulher em risco. Não podemos esperar a violência acontecer para agir. É preciso educar, informar e envolver toda a sociedade. A prevenção é o instrumento mais poderoso para salvar vidas”, 

afirmou.


Dentro dessa estratégia, o projeto ‘PCMG por Elas’ vem sendo apontado como uma das principais ferramentas de transformação. A iniciativa, que está sendo expandida em todo o estado, busca aproximar a Polícia Civil das mulheres por meio de ações educativas, palestras, rodas de conversa e fortalecimento da rede de proteção.



Para o Delegado Gilmaro Alves, o projeto representa mais do que estatísticas.
“O ‘PCMG por Elas’ vai além dos números. É o compromisso de transformar dados em políticas públicas, garantindo informação, segurança e incentivo à denúncia. Enfrentar a violência contra a mulher é um dever coletivo”,concluiu.

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