PF investiga doações via Pix para Bolsonaro a pedido da PGR

Análise foca na relação entre arrecadação de fundos e inquérito sobre milícias digitais

Por Plox

07/11/2023 10h27 - Atualizado há 9 meses

A Polícia Federal (PF) iniciou investigação sobre as doações feitas por meio de Pix ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A ordem para a apuração partiu do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, seguindo um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Detalhes da Campanha de Arrecadação

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou que, no primeiro semestre de 2023, Bolsonaro recebeu aproximadamente 769 mil transações via Pix, totalizando R$ 17,2 milhões em sua conta pessoal. Esse montante quase corresponde à totalidade dos valores movimentados pelo ex-presidente no mesmo período, somando R$ 18,5 milhões.

A campanha de arrecadação, iniciada pelos filhos e aliados de Bolsonaro, foi justificada como meio de cobrir multas e outras possíveis penalidades devido ao não cumprimento das medidas sanitárias durante a pandemia. No entanto, o valor arrecadado excedeu substancialmente o das multas. Bolsonaro, que inicialmente hesitou em revelar o montante recebido, afirmou que usaria os fundos para despesas pessoais, apesar de ter recorrido das multas que motivaram a "vaquinha".

Investigação do Coaf e Ações da PGR

Segundo o Coaf, a maior parte dos fundos levantados foram aplicados em investimentos financeiros. Com base nessas informações, parlamentares solicitaram ao STF que Bolsonaro fosse investigado no contexto da arrecadação feita por seus apoiadores. A PGR pretende esclarecer se existe uma conexão entre as doações e o inquérito das milícias digitais, cujos doadores podem estar envolvidos em atividades criminosas.

Posição de Bolsonaro

A defesa de Jair Bolsonaro se pronunciou, argumentando que os valores arrecadados são oriundos de inúmeras doações legítimas feitas por apoiadores através do Pix. Eles enfatizaram que as doações têm uma origem lícita e que medidas legais serão tomadas para investigar a divulgação das informações financeiras, considerada uma violação do sigilo bancário e da intimidade, protegida pela Constituição.

 


 

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