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Família questiona mortes de casal gay em Governador Valadares e cobra explicações

Parentes de Everaldo Gregório e Thomas Stephen Lydon denunciam falta de informações e investigam possível apropriação de bens após falecimentos suspeitos. Polícia mantém suspeitos presos e apura as circunstâncias.

07/11/2025 às 10:17 por Redação Plox

A família de Everaldo Gregório e Thomas Stephen Lydon, mortos em junho deste ano em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, afirma que só soube da internação e da morte de Thomas após o enterro. Inicialmente, o casal teve as mortes atribuídas a causas naturais, mas familiares levantam suspeitas sobre as circunstâncias e acusam dois conhecidos das vítimas.

Everaldo Gregório de Souza, 60 anos, e Thomas Stephen Lydon, 65, morreram em junho

Everaldo Gregório de Souza, 60 anos, e Thomas Stephen Lydon, 65, morreram em junho

Foto: Redes sociais

Família foi afastada do casal após chegada de suspeitos

Segundo Cíntia Gregório, irmã de Everaldo, a rotina de cuidado com o casal mudou quando uma outra irmã e um amigo de Thomas passaram a conviver mais de perto com eles. Antes disso, Cíntia participava ativamente do dia a dia, auxiliando com tarefas domésticas e consultas médicas.

Eu arrumava a casa, lavava roupa, fazia comida, ajudava nas consultas e exames. Depois que minha irmã e o amigo apareceram, meu irmão me dispensou. Eu senti que alguma coisa ia dar errado. Cíntia Gregório

Ela relatou que a presença dos dois resultou no distanciamento dos demais familiares. Everaldo e Thomas, ambos com problemas de saúde, passaram a ter contato restrito com a família.

Desconfianças aumentaram após internação

Cíntia contou que as suspeitas aumentaram quando Everaldo foi internado e ninguém da família recebeu qualquer aviso. Ela só soube do falecimento de Thomas depois que uma irmã, que mora nos Estados Unidos, a informou sobre o enterro já realizado.

Enterraram meu cunhado sem avisar à família. A gente só descobriu porque uma das minhas irmãs, que mora nos Estados Unidos, ficou sabendo e contou pra gente. Cíntia Gregório

No hospital, a família encontrou Everaldo já intubado, em estado grave. Nessa fase, segundo Cíntia, ela e outros parentes também não conseguiam acessar informações médicas ou documentos relacionados ao irmão. Segundo ela, havia uma procuração assinada em nome da irmã e do amigo de Everaldo, o que dificultou a obtenção de detalhes sobre o quadro e sobre a situação patrimonial das vítimas.

Após a morte, perseguição e medo

Depois do falecimento de Everaldo, Cíntia relatou que passou a ser perseguida. Ela procurou a polícia ao perceber que o amigo suspeito do casal a seguia e fazia ameaças no trânsito.

O amigo deles começou a me perseguir, jogar o carro em cima de mim. Eu fiquei com medo e procurei a polícia. Cíntia Gregório

Segundo ela, a tensão e o medo persistem, mas a família quer respostas para o caso. Cíntia destaca que não busca vingança, e sim justiça e esclarecimento para que o irmão possa "descansar em paz".

Entenda a investigação sobre as mortes

Everaldo Gregório, de 60 anos, e Thomas Stephen Lydon, de 65, mantiveram um relacionamento de mais de três décadas. Ambos morreram em junho, sob circunstâncias investigadas pela Polícia Civil. Thomas morreu em 20 de junho; Everaldo, seis dias depois.

Uma irmã de Everaldo e um amigo do casal passaram a ser considerados suspeitos após as mortes. Investigações indicam que Thomas foi enterrado sem o conhecimento da família e, em seguida, Everaldo foi hospitalizado em estado grave, vindo também a falecer.

Há indícios de que os dois investigados teriam se aproveitado da situação para obter acesso a bens e documentos das vítimas. A Polícia Civil informou que o caso segue sob investigação e os suspeitos continuam presos preventivamente.


Informações relatadas pelo portal G1.

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