Economia

Poupança registra déficit de R$ 9,7 bilhões em outubro e amplia saques no Brasil

Modalidade soma quatro meses seguidos de retiradas, em meio à alta da Selic, inflação e rentabilidade maior em outros investimentos.

07/11/2025 às 22:09 por Redação Plox

O mês de outubro marcou o quarto período consecutivo em que os saques superaram os depósitos na caderneta de poupança no Brasil, segundo relatório divulgado pelo Banco Central nesta sexta-feira (7).

Ao todo, foram sacados R$ 361,6 bilhões e depositados R$ 351,9 bilhões no mês, resultando em um déficit de R$ 9,7 bilhões na modalidade.

No total, R$ 361,6 bilhões foram retirados da caderneta de poupança

No total, R$ 361,6 bilhões foram retirados da caderneta de poupança

Foto: Agência Brasil


Retiradas atingem R$ 88,1 bilhões em 2025

No acumulado do ano, os brasileiros já retiraram R$ 88,1 bilhões da poupança. Apenas em maio e junho as contas registraram saldo positivo, com depósitos superando os saques em R$ 336 milhões e R$ 2,1 bilhões, respectivamente.

O rendimento gerado pelas aplicações na poupança chegou a cerca de R$ 6 bilhões em outubro e R$ 63 bilhões no acumulado de 2025. Mesmo assim, o saldo total ainda é de pouco mais de R$ 1 trilhão.

Poupança segue tendência de retirada desde 2021

O último saldo líquido positivo da poupança foi em 2020, quando o primeiro ano da pandemia motivou um recorde de depósitos, levando a um saldo de R$ 166 bilhões e depósitos totais de R$ 3,1 trilhões contra R$ 2,9 trilhões em saques.

Desde então, a tendência continuou negativa: em 2021, o saldo ficou R$ 35 bilhões abaixo do volume investido; em 2022, foram R$ 103 bilhões negativos; em 2023, menos R$ 87,8 bilhões; e em 2024, déficit de R$ 15,4 bilhões.

Taxa Selic alta aumenta atratividade de outros investimentos

A alta na inflação é apontada como um dos fatores para o aumento dos saques, já que as famílias buscam liquidez para cobrir despesas imediatas. O índice de preços ao consumidor ampliado (IPCA) está estimado em 5,17%, enquanto a Selic se mantém em 15% ao ano, estimulando a migração para investimentos mais rentáveis, como o Tesouro Direto e letras de crédito (LCA e LCI).

Segundo especialistas, além da busca por melhor rentabilidade, a necessidade financeira é uma das razões para a retirada de recursos da poupança.

Poupança perde competitividade frente à renda fixa

Com a Selic acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês acrescida da taxa referencial — atualmente próxima de 0%, sem impacto significativo sobre o rendimento.

Isso faz com que a poupança perca atratividade diante de outros produtos de renda fixa, que oferecem ganhos superiores.

Conheça opções de investimento alternativas

Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) constituem uma alternativa importante, com opções de rentabilidade pós-fixada, prefixada ou híbrida, acompanhando o CDI, que segue de perto a Selic.

As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA) são similares ao CDB, porém contam com a vantagem da isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas.

Outra opção bastante procurada é o Tesouro Selic, também conhecido como Letra Financeira do Tesouro, investimento pós-fixado do Tesouro Nacional, que oferece liquidez diária e rentabilidade acompanhando a Selic.

Já o Tesouro Prefixado (LTN) garante taxa de juros fixa na aplicação, proporcionando previsibilidade para quem mira objetivos financeiros de longo prazo e menor volatilidade.

Por fim, o Tesouro IPCA+ une rentabilidade fixa à correção pela inflação, sendo recomendado para proteger o poder de compra do investidor ao longo dos anos.

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