Economia

Dólar recua e real ganha força em semana de recorde na Bolsa

Moeda norte-americana fecha em queda de 0,24%, refletindo movimento global e decisão do BC de manter Selic; Ibovespa bate novo recorde puxado por Petrobras.

07/11/2025 às 20:28 por Redação Plox

A Bolsa de Valores brasileira voltou a registrar recorde nesta sexta-feira (7), encerrando o pregão com valorização de 0,39% e atingindo 153.937 pontos, conforme dados preliminares. Durante o dia, o índice chegou à máxima de 154.008 pontos, repetindo a aproximação do patamar histórico atingido na sessão anterior, quando marcou 154.352 pontos em alta intradiária.

Instituição financeira central

Instituição financeira central

Foto: Divulgação


Sequência de recordes e influência da Petrobras

Com o desempenho positivo, a Bolsa completa uma sequência de 13 sessões consecutivas em alta, das quais 10 foram de renovação de recordes históricos. Nesta trajetória, o movimento das ações da Petrobras foi um dos principais responsáveis por impulsionar o Ibovespa.

Queda do dólar marca a semana

O dólar comercial fechou a semana em baixa, cotado a R$ 5,335, uma queda de 0,24% em relação ao pregão anterior. O movimento foi acompanhado pelo mercado internacional, com o índice DXY, que compara o dólar a outras moedas fortes, também recuando 0,12%, para 99,59 pontos.

Essa desvalorização do dólar reflete, entre outros fatores, a dinâmica global de câmbio e a preferência por moedas emergentes em um cenário de diferencial de juros favorável ao Brasil.

Decisão do Banco Central reforça tendência do câmbio

Durante a semana, investidores avaliaram a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 15% ao ano. O comunicado do Banco Central afirmou a intenção de manter os juros elevados por um período “bastante prolongado” para garantir a convergência da inflação à meta.

No mercado de câmbio, esse diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos tem favorecido a entrada de capital estrangeiro e fortalecido o real via operações de “carry trade”. Com juros mais altos no Brasil e recuo nas taxas americanas, investidores tendem a buscar rendimento em ativos brasileiros, pressionando o dólar para baixo.

Impacto dos dados chineses e cenário global

Os mercados também reagiram a indicadores econômicos vindos da China. As exportações chinesas recuaram 1,1% em outubro, revertendo o crescimento do mês anterior e contrariando as expectativas. O resultado foi atribuído, em parte, ao impacto das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos.

As exportações chinesas para os Estados Unidos caíram 25,17% em relação ao ano passado, enquanto crescimentos mais tímidos foram registrados nas vendas para União Europeia e economias do Sudeste Asiático. Esse cenário reforçou preocupações com possíveis impactos negativos no crescimento econômico global diante das tensões comerciais.

Setor de tecnologia dos Estados Unidos gera cautela

Além disso, executivos de Wall Street manifestaram preocupação com a possibilidade de uma correção no mercado de ações norte-americano, em especial nos papéis ligados à inteligência artificial. O movimento de empresas como Alphabet, Meta e Microsoft de investir pesadamente em infraestrutura de IA trouxe questionamentos sobre a rentabilidade desse setor no curto prazo.

Resultado da Petrobras e efeito no Ibovespa

No mercado corporativo, a Petrobras se destacou ao divulgar lucro líquido de R$ 32,7 bilhões no terceiro trimestre, o que representa crescimento de 0,5% em comparação com o ano anterior. Desconsiderando eventos extraordinários, o lucro foi de R$ 28,5 bilhões, uma queda de 6,1%. A estatal anunciou distribuição de R$ 12,1 bilhões em dividendos e, no acumulado do ano, registra lucro de R$ 94,5 bilhões e R$ 32,4 bilhões em dividendos distribuídos.

As ações da petroleira subiram acentuadamente no pregão, contribuindo significativamente para a alta do Ibovespa. Por outro lado, a Vale teve desempenho negativo, pressionada pelos números da balança comercial chinesa.

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