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Temporal provoca alagamentos e destruição em Araguari e outras cidades de Minas

Chuva intensa de 70 mm em menos de uma hora causou transtornos, queda de árvores e mobilização de bombeiros em Araguari; outros municípios mineiros também registraram prejuízos.

07/11/2025 às 04:08 por Redação Plox

Um forte temporal atingiu Araguari, no Triângulo Mineiro, na tarde de quarta-feira (5/11), provocando alagamentos, quedas de árvores e danos em ruas de diversos bairros. Em menos de uma hora, choveu 70 milímetros, como informou a prefeitura. O volume elevado de água arrastou carros, destruiu o asfalto em várias regiões e levou estruturas públicas e privadas.

Segundo o prefeito, essa foi uma das tempestuades mais fortes já registradas na cidade

Segundo o prefeito, essa foi uma das tempestuades mais fortes já registradas na cidade

Foto: crédito: Reprodução/Redes Sociais


Prefeito classifica chuva como uma das mais fortes já registradas

O prefeito Renato Carvalho destacou que a tempestade foi “uma das mais fortes da história de Araguari”, superando a capacidade do sistema de drenagem do município. Segundo ele, ruas ficaram totalmente tomadas pela água e casas foram invadidas.

A força da enxurrada comprometeu principalmente bairros como Independência, Maria Eugênia, Goiás e Centro. Na Avenida Coronel Teodolino Pereira de Araújo, o asfalto foi arrancado, enquanto equipes do Corpo de Bombeiros realizaram resgates e a Defesa Civil atendeu dez ocorrências de queda de árvores.

Ações emergenciais e situação dos moradores

Conforme relatos do prefeito, vários veículos foram arrastados e destruídos simultaneamente e prédios públicos, como a Superintendência de Águas, escolas municipais e o Palácio dos Ferroviários – sede da prefeitura –, também foram invadidos pela água. As equipes de Serviços Urbanos e Infraestrutura estão mobilizadas na limpeza e desobstrução de bueiros.

Apesar dos estragos, não foram registradas mortes, nem há pessoas desabrigadas ou desalojadas. Houve três resgates realizados pelo Corpo de Bombeiros e, segundo a administração municipal, a prefeitura avalia decretar situação de emergência focando nas áreas mais atingidas.

Medição e impacto do volume de chuva

A quantidade precipitada em Araguari foi considerada intensa. Segundo os dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), cada milímetro de chuva em um metro quadrado equivale a um litro de água. O volume excepcional causou alagamentos, entupimentos e arrancou asfalto em diversas vias.

Histórico de eventos semelhantes na cidade

Araguari já enfrentou outros episódios marcantes de chuvas intensas. Em dezembro de 2017, foram registrados 82 milímetros em duas horas, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), provocando rompimentos e extravasamento de redes de esgoto. Já em janeiro de 2018, um novo temporal acumulou cerca de 70 milímetros em uma hora e meia, levando a enchentes, destruição de muros e casas inundadas em diferentes bairros.

Ainda assim, a cidade segue vulnerável, apesar das obras preventivas. Em temporais recentes, muitos sistemas de drenagem voltaram a ser sobrecarregados, especialmente em pontos críticos como a Avenida Coronel Teodolino Pereira de Araújo.

Causas para o temporal intenso

De acordo com análise meteorológica, o fenômeno foi provocado pela combinação de altas temperaturas, umidade elevada e a passagem de uma frente fria pelo litoral, gerando uma forte situação pré-frontal sobre Minas Gerais. Essa condição favoreceu a formação de nuvens carregadas e precipitações volumosas em curto espaço de tempo.

Rajadas de vento acima de 60km/h também foram registradas em outros municípios, como Governador Valadares, Curvelo, Campina Verde e Juiz de Fora, indicando o caráter severo do evento.

Prejuízos e chuvas fortes em outras cidades mineiras

O temporal não atingiu apenas Araguari. Em Leopoldina, na Zona da Mata, foram 58 milímetros em meia hora, com ventos de até 80 km/h e granizo, danificando residências e hospitais. Em Muriaé, o bairro Rosário também alagou, e Conceição do Mato Dentro registrou quedas de árvores e ruas interditadas. No Sul de Minas, Itajubá ficou sem energia após queda de árvore sobre a rede elétrica.

A intensificação do período chuvoso

Novembro marca o início da estação chuvosa em Minas Gerais. O aumento do calor e da umidade potencializam pancadas de chuva intensas, especialmente no final das tardes e noites. Nessa época, o canal de umidade oriundo da Amazônia e a presença de frentes frias colaboram para a formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul, que pode causar chuvas de longa duração em todo o Sudeste mineiro.

Segundo prognóstico meteorológico, uma nova frente fria está prevista para chegar ao estado, elevando novamente o risco de temporais localizados e rajadas de vento nas próximas horas.

Orientações de segurança para a população

Especialistas alertam para que a população evite áreas de alagamento, não tente atravessar ruas inundadas nem permita que crianças brinquem em enxurradas. Motoristas devem evitar estacionar sob árvores e transeuntes precisam manter distância de cabos elétricos caídos. Atenção especial é recomendada para encostas e regiões sujeitas a deslizamentos; em caso de sinais de risco, a Defesa Civil deve ser acionada imediatamente.

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