BR-381: Ministro dos Transportes garante duplicação até Governador Valadares
O Ministro dos Transportes compareceu a uma reunião à convite da bancada de Minas Gerais na Câmara dos Deputados para tratar sobre a BR-381
Por Plox
07/12/2023 15h44 - Atualizado há mais de 1 ano
A duplicação da BR-381, no trecho entre Belo Oriente e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, deve ser incluída no próximo leilão da concessão da rodovia. É o que assegurou o Ministro do Transportes, Renan Filho, nessa quarta-feira (06). O ministro também garantiu que o próximo leilão será atrativo, após ficar constrangido com o cancelamento do leilão em novembro por falta de proposta. As declarações foram dadas pelo ministro após uma reunião em que foi convidado pela bancada de Minas Gerais na Câmara dos Deputados para tratar sobre a BR-381. Veja os detalhes sobre a reunião nas entrevistas com o ministro Renan Filho e com os deputados federais Leonardo Monteiro (PT/MG) e Rosângela Reis (PL/MG).
A inclusão da duplicação da BR-381 de Belo Horizonte até Governador Valadares foi motivo de um ofício escrito pelo deputado federal Leonardo Monteiro, assinado também por outros parlamentares da bancada mineira, e encaminhado ao Ministro dos Transportes. No documento, o deputado argumenta que essa obra compõe um conjunto de ações que impulsionarão o desenvolvimento regional do Vale do Rio Doce. Neste sentido, para que seja cumprido o compromisso feito pelo presidente Lula durante as visitas na região, na campanha de 2022, reitero a necessidade de revisão do edital e do projeto das obras, para que seja incluída a duplicação entre o trecho de Belo Oriente a Governador Valadares”.
“Nós vamos discutir para incluir, a partir do leilão não ter tido concorrentes nesta etapa, para na nova etapa do leilão que acontecerá no primeiro semestre do ano que vem, já incluir este trecho também”, assegurou Renan. Até então, a inclusão desse trecho era uma possibilidade, conforme pode ser observado na fala do ministro: “já estava com um gatilho para quando chegasse até Belo Oriente levar até lá”.

Constrangimento
O Ministro dos Transportes disse que comunicou ao presidente Lula que ficou constrangido com o cancelamento do leilão para a concessão da BR-381, que ocorreria em novembro. A licitação não recebeu nenhuma proposta de empresas ou consórcios. “Fiquei constrangido de levar a leilão e não ter atratividade”, revelou Renan Filho.
O projeto previa R$ 10 bilhões a serem aplicados no sistema rodoviário, dentre investimentos em obras de duplicação e melhorias e despesas de operação.
Atratividade é a solução
Para Renan Filho, a BR-381 é a rodovia mais complexa do Brasil do ponto de vista de obra de construção civil por conta do risco geológico. Ele diz que tem defendido que se tem risco alto, tem que ter uma atratividade alta também. “A gente precisa ser realista e levar a licitação da 381 com atratividade a fim de trazer o investidor privado para comprar o projeto”.
A deputada Rosângela Reis considerou produtiva a reunião, principalmente com a garantia do leilão ser realizado no primeiro semestre de 2024.
Realidade atual da BR-381
Renan Filho disse aos deputados que “hoje, segundo o DNIT, 30% da malha viária mineira é considerada péssima/ruim. Em 2016 esse índice era de 10%. Em 2022, o investimento foi de 75 milhões em MG. Em 2023, 579 milhões.”

Histórico das tentativas de leilão
Com o leilão deserto em novembro, a rodovia chegou à terceira tentativa fracassada de melhorias. A primeira foi em 2013, no governo Dilma Rousseff (PT), com uma licitação para obras de duplicação, que não atraiu concorrentes.
De 2021 a 2022, na gestão de Jair Bolsonaro (PL), o governo tentou leiloar a BR-381/MG em um bloco conjunto com a BR-262/ES. O leilão, no entanto, sofreu sucessivos adiamentos por falta de interessados e acabou não sendo realizado.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) remodelou o projeto, tirou do pacote a problemática BR-262 e reduziu a quantidade de investimentos. Ainda assim, não obteve sucesso.
A estrada é considerada uma das mais perigosas do Brasil e conhecida como “rodovia da morte” em função das curvas sinuosas e tráfego intenso de veículos pesados, registrando grande número de acidentes anualmente.