Risco fiscal é apontado como principal ameaça à estabilidade financeira, aponta Banco Central
Pesquisa destaca preocupações com dívida pública, arcabouço fiscal e impactos nos juros
Por Plox
07/12/2024 08h41 - Atualizado há 4 dias
O descontrole nas contas públicas, impulsionado pelo aumento dos gastos governamentais, foi apontado como o principal risco para a estabilidade financeira do Brasil nos próximos três anos. A conclusão faz parte da Pesquisa de Estabilidade Financeira (PEF), divulgada pelo Banco Central (BC) nesta semana.
De acordo com o levantamento, 42% das instituições financeiras consultadas classificaram o risco fiscal como a maior ameaça ao sistema financeiro. O índice representa uma leve alta em relação à pesquisa anterior, realizada em agosto, quando o percentual era de 41%.
As instituições alertaram para “preocupações com a sustentabilidade da dívida pública e o arcabouço fiscal e seus impactos nos preços de ativos e na política monetária [juros]”, segundo o relatório do Banco Central.
Riscos internacionais e inadimplência também preocupam
O segundo maior risco apontado pelas instituições financeiras foi o cenário internacional, citado por 27% dos entrevistados. O percentual subiu em relação à pesquisa de agosto, quando 23% das instituições haviam apontado esse fator como o mais relevante.
A terceira maior preocupação foi o risco de inadimplência e o desempenho da atividade econômica interna, citado por 12% das instituições — o mesmo percentual da pesquisa anterior. Apesar de ser considerado de impacto médio no sistema financeiro, o Banco Central destacou o aumento das preocupações com a possibilidade de alta na inadimplência de famílias e empresas, o que pode ser influenciado pelo maior endividamento e pelo aperto monetário decorrente do aumento das taxas de juros.
Consulta envolveu 89 instituições financeiras
A pesquisa do Banco Central contou com a participação de 89 instituições financeiras, entre bancos, cooperativas de crédito, instituições de pagamento e gestoras de recursos. O levantamento foi realizado entre os dias 21 de outubro e 8 de novembro.
O estudo, que é publicado trimestralmente, permite acompanhar as percepções do mercado financeiro sobre os principais riscos que podem afetar a estabilidade do sistema financeiro brasileiro.