Samarco deposita R$ 1,88 bilhão em primeira parcela de acordo de reparação de Mariana
Valor foi creditado em conta provisória do BNDES e integra acordo que prevê pagamento total de R$ 170 bilhões
Por Plox
07/12/2024 07h39 - Atualizado há 4 dias
A mineradora Samarco realizou, nesta sexta-feira (6), o depósito da primeira parcela do acordo de reparação pelos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, ocorrido em Mariana (MG) em 2015. O pagamento de cerca de R$ 1,88 bilhão foi feito em uma conta provisória gerida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O BNDES será o responsável por administrar o fundo de recuperação socioeconômica destinado a beneficiar as populações atingidas em Minas Gerais e no Espírito Santo. De acordo com o banco, o montante permanecerá corrigido pela taxa Selic até a formalização do Fundo Rio Doce, cuja criação está prevista para ser concluída ainda este mês.
Detalhes do acordo de R$ 170 bilhões
O acordo de reparação foi firmado em outubro e homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro. No total, a Samarco, juntamente com suas controladoras Vale e BHP, deverá desembolsar R$ 170 bilhões ao longo de 20 anos.
Desse valor, R$ 100 bilhões serão destinados a ações do poder público, enquanto os outros R$ 70 bilhões serão divididos entre as "obrigações de fazer" assumidas pelas mineradoras, que somam R$ 32 bilhões, e os R$ 38 bilhões já desembolsados por meio da Fundação Renova, entidade responsável por parte das ações de reparação.
Tragédia de Mariana: 19 mortos e impacto ambiental histórico
O rompimento da barragem de Fundão, em 5 de novembro de 2015, provocou a maior tragédia ambiental do Brasil. O desastre resultou na morte de 19 pessoas e liberou mais de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração. A lama tóxica percorreu o leito do Rio Doce e seus afluentes, atingindo dezenas de municípios e chegando ao mar territorial brasileiro.