O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) voltou a se manifestar, neste sábado (6/12), sobre a decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de lançar o filho e senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como pré-candidato à Presidência da República em 2026. Para ele, a escolha ultrapassa a mera disputa eleitoral e está ligada a um movimento mais amplo de articulação política no país.

Nikolas associa pré-candidatura à anistia e à 'pacificação'

Na avaliação do parlamentar mineiro, a indicação de Flávio representa um gesto em direção à “pacificação nacional” e à retomada de debates como o da anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro.

A primeira manifestação de Nikolas ocorreu na sexta-feira (5/12), quando ele publicou em uma rede social que a decisão de Bolsonaro teria um significado maior do que a sucessão presidencial. Segundo o deputado, há “algo maior em jogo” e a escolha carrega um pedido urgente por pacificação.

Ele afirmou ainda que o país “não aguenta mais viver dividido”, mencionando famílias “destruídas” e “inocentes atrás das grades”, em referência aos apoiadores bolsonaristas presos após os ataques de 8 de janeiro. O deputado declarou esperar que a decisão sobre a pré-candidatura de Flávio “ajude a abrir caminho para a anistia” e para que brasileiros que considera “injustamente presos” possam voltar para casa.

Nikolas também destacou que, na sua visão, o momento político atual está diretamente ligado à pauta da liberdade dos detidos pelos atos antidemocráticos. Para ele, “mais do que nunca”, o debate gira em torno de libertar pessoas que, em sua avaliação, “nunca deveriam ter perdido a liberdade”.

Movimentação no Congresso e prazo para votação

Na manhã deste sábado, o parlamentar reforçou a conexão entre a movimentação em torno de Flávio Bolsonaro e a tramitação da anistia no Congresso Nacional. Ele classificou a atuação do senador como “decisiva” para a aprovação da medida e mencionou que restariam duas semanas para a definição do tema, apontando as eleições presidenciais como um “segundo passo” nesse processo.

Flávio assume missão e enfrenta resistências internas

Flávio Bolsonaro, por sua vez, usou as redes sociais para agradecer publicamente a confiança do pai e afirmar que assume a missão de dar continuidade ao projeto político da direita brasileira. Em sua mensagem, ele disse se colocar “diante de Deus e diante do Brasil” para cumprir essa tarefa, mencionando a crença de que contará com orientação divina ao longo da jornada.

A despeito do respaldo de Jair Bolsonaro, a indicação de Flávio não é unânime dentro do campo conservador. De acordo com informações divulgadas pela imprensa, a escolha enfrenta resistência em alas da direita e até entre integrantes da própria família Bolsonaro. Aliados da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro teriam reagido negativamente ao movimento, e a decisão também teria provocado incômodo em setores do PL e entre apoiadores antigos do ex-presidente.

Com a pré-candidatura colocada e o debate sobre anistia em curso, a movimentação em torno do nome de Flávio Bolsonaro tende a influenciar não apenas a estruturação da campanha de 2026, mas também a correlação de forças dentro da direita e as articulações no Congresso em torno dos desdobramentos do 8 de janeiro.